quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Um Funeral Improvisado

O despertador toca às seis horas da manhã. Me levanto e vou colocar a ração dos gatos. Abro a porta para eles irem para o quintal e em seguida volto para a cama para dormir um pouco mais. Todos os dias é assim que começa o dia. Costumo me levantar definitivamente às sete e meia ou oito horas.

Pois bem que hoje meu restinho de sono antes de me levantar definitivamente foi interrompido por sons de miados agudos incessantes. Levantei meio atordoada, tentando localizar de onde vinham os sons. 

Abri a porta do quarto e me deparei com minha gata Julieta no meio do corredor. Ao me aproximar, ela se afastou em direção a outro cômodo, como se me chamasse para acompanhá-la. 

A cena que vi em seguida me abalou. Ela havia feito uma caçada matinal e trouxe para mim de presente. Meu coração apertou e me veio uma vontade de chorar... não de emoção, mas de tristeza. Ela havia caçado um inocente pardalzinho. 

Apanhei o pardalzinho do chão e verifiquei se ainda respirava, infelizmente não... A esta altura ele já havia falecido. 

Me senti desolada pelo presente que acabara de ganhar. Mas Julieta demonstrava estar feliz por me presentear assim tão cedo, nas primeiras horas da manhã. Hoje não consegui salvar o pequeno passarinho, como aconteceu outro dia em que salvei a lagartixa que Eros me presenteou. Me senti triste com o que aconteceu.

Logo tratei de levar o pardalzinho até o quintal e encontrei um lugar seguro para enterrar seu pequeno e frágil corpinho. Fiz um curto funeral improvisado e o cobri com florzinhas que estavam caídas no chão. 



Penso que minha gata Julieta sentiu que a minha reação ao ver o presente não foi nada alegre. No restante do dia ela passou o maior tempo perto de mim, talvez o seu gesto queria dizer alguma coisa. 

Na semana passada ela me trouxe um pequeno grilo, que tinha uma perna faltando, mas estava vivo quando o peguei. Depois o soltei nas plantas longe do alcance dela. 

Meus gatos viviam presos em apartamento durante muito tempo e agora estão aproveitando muito o espaçoso quintal de uma casa. Compreendo que caçar é da natureza instintiva do felino, mas confesso que não aguento ver quando eles conseguem alcançar suas presas. Jamais imaginei que Julieta conseguiria pegar um pássaro, pois ela está fora de forma, está fazendo dieta e seus movimentos são lentos na maior parte do tempo.

A partir de hoje desejo ficar mais atenta ao que eles andam pegando no quintal. Não vou aguentar ver mais um passarinho sem vida e ainda por cima ofertado a mim.

4 comentários:

  1. Oi Eliana!!
    Só agora eu consegui vir aqui rs
    Sabe que eu tenho um gatinho o Floquinho ele fez 4 aninhos esse mês, em novembro fará 4 anos que ele chegou em nossas vidas. É a primeira vez que crio um gatinho, sempre tive só cachorros, e me surpreendi, são muito carinhosos e uma boa companhia. E eu tenho uma história para contar é engraçada e trágica, sou como você, amo os bichos, natureza, insetos etc...
    E quando Floquinho chegou ele era mais caçador, filhotinho já demonstrava seu instinto, eu salvei muitas lagartixas caseiras, essa de jardim ele nunca pegou.
    Agora ele já mostrou aranhas enormes embaixo de vasos...e de recompensa veio muitos gafanhatos.
    E teve um episódio esse foi trágico e engraçado, pois fui surpreendida, aliás eu e as crianças, aconteceu faz mais menos uns 2 anos.
    Ele pegou um gafanhoto na minha área de luz e jogou debaixo da mesa e estava vivo. Eu peguei correndo ele e fui soltá-lo pela janela da sala, ele saiu voando até o outro lado da rua...e para minha surpresa um passarinho foi atrás dele e pegou ele !!! Minha cara 😲 quando isso aconteceu, e eu olhei para meus filhos e fiquei chocada!
    Eu pensei comigo, foi muito trágico isso e cômico, eu tentando salvar e vem a natureza e me surpreende com um passarinho pegando e levando o pobre do gafanhoto...
    Essa cena não sai até hoje da minha mente, e fiquei refletindo o quanto somos pegas de surpresa, talvez se tivesse colocado ele no meu jardim da frente ao invés de soltá-lo e ele voar ele poderia ter vivido um pouquinho mais ...rs
    É a vida e seu curso, nada está no nosso controle.
    Até hoje fiquei refletindo...
    Eu faço o mesmo que você eu enterro, minha cachorra a outra que tenho de 4 anos uma vira-lata doidinha, ela não pode ver passarinhos e ela outro dia pegou uma andorinha, ficamos tristes e lá fomos eu e as crianças enterrar a coitadinha...
    Briguei com Laika mas, ela não entendeu nada...outro dia tive que salvar um morceguinho...e por ai vai...é o ciclo da vida.

    Minha nossa eu falei muito rs
    Bjs ótima sexta e um lindo finde cheio de paz...

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    1. Oi Adriana!

      Que delícia de comentário!

      Amei saber que você também curte os bichinhos. Gatos são a minha paixão, tenho desde criança. Hoje cuido de dois que são grandes companheiros e muito afetuosos.

      Fiquei aqui refletindo sobre a história do gafanhoto, que trágico! De fato a natureza segue seu próprio fluxo, por mais que a gente deseje profundamente ajudar de alguma forma...

      Me sinto aflita quando vejo um animal caçando outro, mesmo compreendendo que isso faz parte do instinto deles. Que pena da andorinha, ela são tão lindas.

      Mas enfim, nem tudo a gente pode interferir. Mas que incomoda, ahhh incomoda... rs

      Um forte abraço! Adorei sua presença aqui!

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  2. Oi Eliana! Vi seu comentário em outro blog e vim conhecer o seu.Gatos são caçadores naturais,alguns mais que outros,aliás,uns muito mais que outros. Tive uma gatinha que morreu com mais de 20 anos,eu me mudei duas vezes e ela comigo, morreu velhinha,os rins pifaram,chorei pra caramba,mas é a vida...Ela era tranquila,mas sempre me avisava se encontrava alguma coisa dentro de casa,pois adotava o comportamento de caçadora e pegava tudo que se mexia.Este é o instinto deles,não fazem por maldade,ao contrário dos humanos.Adorei aqui! Beijos!

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    1. Oi Ane!

      Que bom te receber aqui! Seja muito bem vinda!

      Gatos são tudo de bom, né? Que animais especiais! Sua gatinha viveu muito bem, em vinte anos deve ter muita história pra contar.

      É difícil perdê-los, gosto nem de pensar... mas é inevitável!

      Os meus dois gatinhos têm sido grandes companheiros, estão comigo o dia inteiro, onde vou eles me seguem.

      Volte sempre que quiser.

      Um abraço!

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