terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Colheita

Faz um ano e cinco meses que estou morando temporariamente em Cabo Frio, desde que fiquei desempregada e sem apartamento no Rio em 2020 (nem preciso lembrar que tudo foi por conta da pandemia). 

O lugar onde estou é uma casa e tem um quintal vasto. Este quintal é ótimo para meus gatos tomarem sol, tem muitas plantas, pequenos insetos, passarinhos, enfim, muitas coisas que aprecio!

Desde que vim para cá meu gosto por cuidar das plantas só aumentou. Comecei calmamente a cuidar de uns canteiros com terra que tem na frente da casa, todos os dias eu jogava o lixo orgânico para nutrir a terra (cascas de ovos, cascas de frutas e legumes, borra de café). E não é que essa terra realmente ficou bem nutrida?

Pois então, que despretensiosamente fui plantando um pezinho de hortelã, alecrim, abacaxi, batata-doce, entre outras coisinhas boas e tudo foi se desenvolvendo com muita graça! Dá um prazer em ver as plantas crescendo e dando frutos, acho um encanto! 

Algumas coisas já consegui colher, como a hortelã que é ótima para os sucos ou saladas, tomatinhos, abóboras, batata-doce e até pimentão! 

As abóboras foram colhidas hoje, estão fresquinhas!

Abóbora orgânica, zero agrotóxico. Sabor maravilhoso!

Aqui temos as batatas-doces e os tomatinhos.
São umas lindezas
!

Esse foi o meu pimentão que nasceu deformado. 
Mas tinha um ótimo sabor!

Na primeira foto tenho um punhado de pitangas, não fui eu
quem plantou. A segunda foto tem a minha hortelã 
cheirosa e saborosa!

Esta é a atual situação do canteiro. O pé de abóbora tomou
conta de todos os espaços. Tem mais oito abóboras crescendo.


É muito gostoso acompanhar o desenvolvimento da natureza, ver uma semente brotar e dela sair uma planta que pode trazer nutrição e saúde para o nosso corpo. 

Meu desejo é que a nossa colheita seja sempre farta, colorida e cheia de amor.

domingo, 28 de novembro de 2021

Reflexão Sobre O Tempo E Sua Passagem

Já no finalzinho do mês de outubro e no decorrer do mês de novembro viajei para a minha cidade natal,  Almenara, no nordeste de Minas Gerais. Passei um bom período por lá na companhia de familiares. Minha mãe e um dos meus irmãos com sua família ainda residem lá. 

Foi um período em que me desconectei aqui do blog (que é a única rede social que ainda utilizo) e permaneci apenas no mundo real, vivendo os dias com pessoas queridas que por conta da distância habitual passamos pouco tempo juntos. Nesse meio tempo, encerrei mais um semestre remoto na Uerj e com isso, a conclusão do meu curso se aproxima. 

Voltando ao assunto da viagem, estava com receio de sair e viajar por uma longa distância, mas como já havia me imunizado com a segunda dose da vacina, isso me encorajou a encarar esse desafio. Ainda estamos vivendo em uma pandemia, a situação não se normalizou, por isso a necessidade de continuarmos nos cuidando com as medidas necessárias. 

Viajei de ônibus, que não estava abarrotado de gente. Essa viagem geralmente é muito desgastante, pois o trecho é longo. Saí de Cabo Frio e fui até Belo Horizonte, cerca de 8 horas e meia de viagem e fiquei na casa da minha irmã por uns três dias. De Belo Horizonte peguei outro ônibus que me levou direto para Almenara, por aproximadamente 15 horas de viagem. 

A minha cidade natal fica numa região conhecida como Vale do Jequitinhonha, que é muito próxima do sul da Bahia. Partindo do Rio de Janeiro é uma distância considerável de quase 1.200 km. No ano de 2019 fiz esse trajeto de carro, dirigindo desde o Rio, passando por Belo Horizonte e chegando em Almenara. Foi uma aventura que me dispus a realizar para saciar um desejo por pegar a estrada sozinha pelo menos uma vez na vida. Mas confesso que atualmente não encararia mais esse desafio, pois além de ser cansativo, A BR-116 tem sua fama de ser perigosa. E de fato vi muita imprudência no decorrer da viagem, além de dirigir por você, precisa dirigir pelo outro, zelar pela segurança e antever situações de perigo. Presenciei alguns acidentes no percurso, mas felizmente fui e voltei em segurança.  

Então, por conta da pandemia, passei mais de dois anos sem visitar minha família. E agora finalmente consegui vê-los. Nesse período de dois anos e meio estando longe, ficou muito nítido para mim o fato de não perceber como o tempo passa tão depressa. Rever pessoas conhecidas, amigos, familiares, com as quais eu tinha um convívio diário e notar a passagem do tempo refletida no rosto de cada um, com as marcas que o tempo deixa me causou uma sensação de que vamos envelhecendo e vivendo as mudanças com muita sutileza. 

Não sei se estou me fazendo entender nesta minha reflexão, mas meu coração desejou registrar a respeito desse assunto. No cotidiano corrido vamos levando os dias de forma tão automática que não paramos para observar as mudanças sutis do tempo, apenas seguimos vivendo. Estou generalizando, pois creio que eu não seja a única pessoa do mundo que tenha essa sensação, talvez exista mais uma meia dúzia de gatos pingados que também sinta isso. 

O fato é que o tempo passa e está passando enquanto escrevo essa frase. Mas no dia a dia vivemos atarefados, resolvendo nossas questões, dando conta da vida conforme conseguimos, entre outras situações diversas que encaramos, aí a gente pisca, se olha no espelho e as mudanças (não somente físicas) estão lá. Amadurecemos, mudamos nossa forma de ser, estar, pensar e isto é ótimo! As mudanças são bem vindas e necessárias, mas acontecem muitas vezes na sutileza, sem alarde e quando nos damos conta já foi!

São pensamentos um pouco complexos, mas parei para refletir sobre esse assunto por conta da minha viagem. Revisitar um lugar conhecido, rever pessoas, situações, me despertou esse sentimento de que "o tempo não para", como cantava o querido Cazuza. Fica marcado na pele, no jeito, no corpo, na forma de ser e estar presente no mundo. 

E eu me pergunto se estou sendo a pessoa que desejo ser, coerente nas minhas atitudes, ações, escolhas de vida... O tempo vai passando e deixando suas marcas em meu corpo de diversas formas, mas é um exercício cotidiano rever minhas escolhas e minha forma de ser e estar no mundo. Pois minhas escolhas conduzem meu caminho enquanto estou por aqui. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Endometriose: 1 Ano de Cirurgia


Hoje, 20 de outubro, está completando 1 ano que fui submetida a uma laparoscopia para remoção de endometriose profunda com acometimento do intestino. Relatei a situação do pós-operatório neste post aqui.

O que desejo escrever 1 ano após esse procedimento cirúrgico é que todo e qualquer tratamento dessa magnitude, pode ou não deixar algum tipo de sequela. Foi o que ocorreu no meu caso. 

Recebi um diagnóstico tardio de endometriose profunda, que é o estágio mais avançado da doença. Os focos de tecido endometrial já haviam aderido em vários órgãos, dentre eles a bexiga. 

Um mês após a cirurgia, logo que diminuiu o inchaço abdominal e as dores do pós cirúrgico, notei uma mudança no fluxo urinário, percebi que a urina não estava sendo eliminada completamente do meu organismo. Relatei o ocorrido para a médica que me operou e ela me explicou que no caso de uma endometriose profunda, com muitos focos da doença espalhados pelos órgãos, é necessário que no momento da remoção desses focos seja preservada uma parte do órgão (no caso da bexiga, uma parte dos focos da doença não é removida). Então o que houve foi que no momento de remover os focos, na parte em que foi mexida, pode ter ocorrido algum tipo de dano na musculatura ou nos nervos.

A médica me encaminhou para realizar um exame específico para avaliar o estado da bexiga, o exame se chama Estudo Urodinâmico. Foi um exame necessário, mas também bastante desconfortável e invasivo. O resultado foi "Hipoatividade Detrusora", em outras palavras, o músculo chamado detrusor responsável pelo esvaziamento total da bexiga, foi parcialmente afetado durante a cirurgia e, portanto, não estava cumprindo bem a sua função. 

Então começou a saga! Fui encaminhada para tratamento com fisioterapia pélvica. Para começar, eu nem sabia que existia essa especialidade dentro da fisioterapia. Encontrar profissionais capacitados para essa especialização é bem difícil, pois é muito específica. Mas para minha felicidade encontrei uma profissional excelente e super capacitada para realizar esse tipo de tratamento. 

Foram meses de sessões e tratamento intensivo para melhoria do quadro clínico. A fisioterapia pélvica é invasiva, por isso é necessário encontrar uma profissional na qual se sinta segura e que lhe transmita confiança. 

Agora na primeira quinzena de outubro recebi alta da fisioterapeuta e meu organismo já se recuperou completamente. São pequenas vitórias que melhoram, além do quadro clínico, também a autoestima. 

Sobre a endometriose, essa doença silenciosa e de difícil diagnóstico, gostaria de recomendar dois podcasts do portal do Dr. Dráuzio Varella que são bastante esclarecedores, O Podcast "Porque dói?" traz informações úteis e podem auxiliar a quem esteja apresentando sintomas dessa doença. 

O quanto antes recebermos um diagnóstico, mais fácil se torna o tratamento e a redução de danos e sequelas.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Professora, Sim; Tia, Não

Hoje é dia 15 de outubro, em que é comemorado o Dia da Professora e do Professor, a profissão que escolhi trilhar. A história da origem do Dia dos Professores, conta que essa data celebrativa surgiu a partir de um Decreto de Dom Pedro I, ainda no Brasil Império, que determinava a criação do "Ensino Elementar" (hoje, Ensino Fundamental). Então, no dia 15 de outubro de 1827 decretou que as cidades, vilas e lugarejos, tivessem suas escolas de primeiras letras. A fonte e mais informações sobre esse assunto se encontra neste link aqui.

O título da minha postagem faz referência ao livro do Professor Paulo Freire: "Professora, sim; tia não: Cartas a quem ousa ensinar", que pode ser baixado gratuitamente clicando no título do livro. Acredito que este seja um livro de leitura fundamental a todas as professoras e todos os professores, principalmente aos atuantes na Educação Infantil. 

Eu sou Professora (e brevemente também serei Pedagoga). Esta é minha profissão desde a primeira formação no Ensino Médio, aos 17 anos e também na primeira graduação no Curso Normal Superior. Logo que me formei Professora, passei num concurso para a Prefeitura da minha cidade natal, em Minas Gerais. Trabalhei durante anos até me mudar para o Rio e exonerar o meu cargo público. 

Eu sou Professora. Esta é a minha formação. Escolhi trabalhar com os pequenos, com os quais me identifico e gosto de aprender com eles. Ensino e aprendo. Aprendo e ensino. 

Quando estou em sala de aula, eu sou Professora. Me apresento para as crianças como Eliana, este é meu nome e elas aprendem a me chamar pelo meu nome, pois esta é a minha identidade. Para os pequenos sou Eliana, ou Professora Eliana; para os muito pequenos e que ainda estão aprendendo a falar sou "Nana", "Niana", "Pofessola"... São várias as tentativas lindas de se dizer. 

Sobrinhos, tenho vários! Filhos dos meus irmãos e irmãs. Da minha família nuclear, são 11. Da primeira família do meu pai, eu não consigo contar, minha família é numerosa. 

Mas o que quero ressaltar é que na minha profissão eu sou Professora, tenho formação acadêmica, científica e especializada para cumprir minha atividade profissional na sociedade em que vivo. São anos e anos de formação educacional, pesquisas científicas para compreender os processos educativos. É um trabalho árduo! A formação continuada é essencial para me manter atualizada em minha profissão. Eu estudo, leio, faço inúmeros cursos sobre os mais diversos assuntos. 

Na minha família, tenho meus sobrinhos, sou a Tia Eliana de alguns já adultos e outros ainda crianças, que infelizmente moram distante de mim, em outras cidades e em outros estados. Mas os amo muito como uma tia deve amar, mesmo estando longe e me fazendo presente por chamadas de vídeos.  

Eu sou Professora e infelizmente este é o segundo ano que não comemoro essa data tão significativa ao lado das pessoas mais importantes da minha profissão: os meus alunos, as minhas crianças. Sinto o vazio da ausência dos meus pequenos, da sala de aula, da escola, das companheiras de trabalho. Em tantos anos de profissão, ficar (quase) dois anos desempregada tem sido uma experiência muito ingrata! 

Educar é minha missão enquanto Professora. É o que escolhi fazer ao longo da minha vida. Em pensamento abraço cada criança que já passou por mim. Hoje muitas já se tornaram adultas, outras já são adolescentes e os meus bebês que comecei a trabalhar antes da pandemia já não são mais bebês. De vez em quando recebo uma fotografia ou outra delas (da minha turma antes da pandemia) e já são crianças "grandes".

Escolhi esta imagem para ilustrar o post, pois a orquídea
foi presente de uma criança no dia dos Professores
do ano de 2018. Cuido com muito amor e carinho
dessa flor que tem uma forte simbologia para mim.
É á segunda vez que ela floresce desde que ganhei.

Ser Professora é uma profissão, ser tia é parentesco. Por isso afirmo sempre: _Sou Professora! Assim como Paulo Freire escreve em seu livro que dá título à minha postagem:

 

"A tarefa de ensinar é uma tarefa profissional que, no entanto exige amorosidade, criatividade, competência científica (...)" (FREIRE, 1997, p. 9)

 

"A professora pode ter sobrinhos e por isso é tia da mesma forma que qualquer tia pode ensinar, pode ser professora, por isso, trabalhar com alunos. Isto não significa, porém, que a tarefa de ensinar transforme a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento, enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco. Ser professora implica assumir uma profissão, enquanto não se é tia por profissão. Se pode ser tio ou tia geograficamente ou afetivamente distante dos sobrinhos, mas não se pode ser autenticamente professora, mesmo num trabalho a longa distância, 'longe' dos alunos". (FREIRE, 1997, p. 9)

Deixo aqui a todos os meus companheiros de profissão, o meu abraço carinhoso. E um especialmente para Cris, Solange e Luiz por também trilharem o árduo caminho da educação.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Mato, Rio E Mar

De vez em quando gosto de fazer pequenas pausas na rotina, na internet e focalizar outras demandas que são mais importantes em determinados momentos.

Foi o que fiz nos últimos dias de outubro, desde a chegada do mês. Voltei minha atenção para as leituras e trabalhos pendentes do meu curso, tentei colocar o máximo de coisas em dia, organizei a casa que precisava de uma atenção, cuidei das plantas, dos passarinhos que habitam o quintal, dos meus gatos. 

Assuntos para escrever eu sempre tenho, mas não sinto vontade de fazer diariamente e nem me obrigo a obedecer um rotina rígida aqui no blog. Aqui é meu lugar de paz para quando a vontade de escrever gritar que deseja sair das minhas mãos.

Esse mês também veio para sacudir um pouco a poeira da rotina maçante da pandemia. O padrinho do meu marido fez 82 anos e desejou comemorar com algumas pessoas da família numa pousada no meio de uma mata fechada, com rio e mar. 

Foi tudo muito tranquilo, com pouquíssimas pessoas e no meio de um lugar de beleza ímpar. O lugar se chama Praia de São Gonçalinho e fica entre as cidades de Angra dos Reis e Paraty. Ainda não conhecia e foi uma experiência muito satisfatória. 

Vista da BR 101.
Florezinhas roxas que enfeitam o acostamento.

Praia de São Gonçalinho, águas calmas e geladas.

A pousada é cercada por uma mata fechada, como se fosse um vale. Na frente tem um pequeno rio com pedras e águas cristalinas que correm até o mar da Praia de São Gonçalinho. Para acessar a praia é preciso atravessar a BR 101 e entrar por um caminho de terra até a entrada da praia.

Pousadinha pequena no meio da Mata Atlântica.

O lugar é realmente lindo! Mas infelizmente, por conta do frio e da chuva intensa não pude aproveitar nem o banho de rio, nem o banho de mar. Apenas curti a paisagem, o sossego, o silêncio que tanto me agrada, os passarinhos cantando, o som das águas correndo por entre as pedras.

No rio só tive coragem de molhar um pouco os pés.
A água estava gelada!

O pé de pitanga na beira da praia estava carregado de frutas!

Paisagem encantadora da beira da praia.

Encontrei uma plantinha que dá lindas flores
roxas em formato de cabecinha de ET. 
Uma lindeza! 

Ficamos por lá por pouco tempo, entre os dias 8, 9 e 10 de outubro, mas foi o suficiente para dar uma renovada na alma e aperfeiçoar o olhar com novas paisagens. 

E para completar a magnitude dos meus dias de paz e sossego no meio do mato, ao retornar para o Rio consegui tomar a segunda dose da vacina contra Covid-19. Agora a imunização está completa!

Que os bons dias de felicidade e as boas experiências se tornem cada vez mais presentes! 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Cagada De Pombo

Pombo passeando pela Baía de Guanabara.
Foto de 2009.

Ontem fomos (eu e meu marido) ao supermercado que tem aqui perto de casa para comprar poucas coisas que estavam faltando. Fizemos as compras, pegamos tudo o que precisávamos e saímos do supermercado em direção ao carro.

Meu marido levava a sacola mais pesada e eu levava a bolsinha mais leve. Enquanto passava por uma brechinha entre o carro e a parede de um outro estabelecimento senti ser atacada por um líquido esverdeado que escorreu pela minha cabeça e depois pelo meu braço.

No primeiro momento tomei um baita de um susto! Depois que fui entender que algum bicho havia acabado de cagar em mim! Olhei para cima e lá avistei a criatura olhando para baixo só com a pontinha da cabeça aparecendo pelo telhado. Era um pombo! 

Ele olhava para mim e eu olhava para ele e de repente me deu uma crise de riso que não consegui controlar! Qual a probabilidade de você passar por um lugar no momento exato que o pombo decide dar uma aliviada? (hahahaha) 

Rapidamente peguei meu borrifador de álcool que está sempre na minha bolsa e borrifei no alto da minha cabeça, meu marido pegou o rolo de papel higiênico que estava no porta-luvas do carro e foi passado onde estava sujo para tirar o excesso. Borrifei álcool pelo meu braço, nas compras que eu levava nas mãos e saí limpando tudo. Cheguei em casa às pressas e fui logo tomar um banho e lavar bem os meus cabelos. 

Reza a lenda que ser cagado por um pombo traz sorte... Vamos ver o que me aguarda pelos próximos dias. (hahahaha)

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Arteterapia X Mãos Inquietas E Cabeça Pensante

Tenho observado que meu nível de ansiedade aumentou muito no último ano. Acredito que as circunstâncias ocasionadas pela pandemia agravou esse quadro. Nunca recebi um diagnóstico a respeito da ansiedade, mas já consigo perceber quando saio do meu estado natural para um estado de maior inquietude. A sensação é de que um turbilhão de emoções explode internamente e provoca vontades excessivas.

A vontade excessiva que mais me incomoda é que me leva a comer sem parar. Não é um estado de fome, é uma vontade estranha de comer o que tiver pela frente para preencher algum vazio que não sei o que é exatamente. Mas a consequência de comer descontroladamente é aumentar o meu peso, o que já aconteceu nesse período de pandemia. 

Outras vezes percebo também a ansiedade que me tira completamente a vontade de me alimentar, é como se eu ficasse enjoada e recusasse qualquer alimento. Aí se encontra o desequilíbrio: ou é demais e é de menos, oito ou oitenta... 

Então nos últimos dois meses comecei a canalizar a ansiedade para outros focos. Sempre gostei muito de trabalhos manuais de diversos tipos e fotografia. Meus hobbies estavam largados lá no fundo de uma gaveta da minha consciência. 

Me automediquei com arteterapia! E essa estratégia vem me ajudando muito a retomar minha concentração que vinha sendo prejudicada pela ansiedade. Colocar as mãos inquietas na massa e realizar trabalhos manuais ajuda muito a relaxar a mente pensante, estimula a criatividade e auxilia no desenvolvimento da autoconfiança. 

Ainda estou sem trabalhar e esse episódio afetou muito minha autoestima. Não retomar meu lugar no mercado de trabalho vem mexendo com minha cabeça. Tenho muitos aspectos pessoais para reorganizar e a maioria depende de voltar a trabalhar. Estou confiante que em breve vou conseguir retornar ao mercado e a vida vai reencontrar seu eixo. Por isso a importância dos hobbies artísticos no auxílio do controle da ansiedade.

Tirei a poeira da minha câmera e voltei a fotografar pelo quintal mesmo, costumo fotografar a natureza de um modo geral. A fotografia me acalma e me relaxa. Gosto de fotografar meus gatos, os passarinhos, as borboletas, os besouros, as flores, as plantas, o céu! Acho tudo lindo! 

Beija-flor alimentando filhote.

Broto de carambola.

Flor de mato.

Flor de pitanga.

Peguei minha caixa de retalhos, agulhas e linhas e comecei a costurar à mão. Não sei fazer nada extraordinário, mas o simples fato de ver os pequenos pedaços de tecido ganhando forma dá uma alegria no coração. Estou planejando fazer capas de almofadas, mas ainda não estão prontas.

Tecidos sendo costurados para
se transformar em capas de almofadas.

Voltei a ter contato com minhas pastas de papéis, revistas, colas, tintas, tesoura, estilete, régua e demais materiais artísticos para recortes e colagens. Estou permitindo a criatividade fluir e a imaginação transbordar nos processos criativos. Criei uma série de marcadores de livros utilizando diferentes técnicas de artes.

Marcadores de livros feitos com
materiais reutilizáveis.

Aprendi a fazer desenhos utilizando a caneta do tablet da Samsung. Ele vem com um aplicativo de desenhos chamado Penup e dispõe de vários recursos e materiais para pintura. Tenho esse tablet há anos e nunca havia prestado atenção nessa ferramenta. É uma delícia me aventurar pelos desenhos. Não sei fazer nada elaborado, tenho um traço bem infantil, mas gosto dos resultados. 

Cacto sorridente.
Desenho feito no tablet.

Contemplando a chuva.
Desenho feito no tablet.

Enfim, estas são pequenas amostras das minhas produções. Tenho me permitido aventurar por diversos caminhos que os trabalhos manuais e artísticos podem me transportar. A arte liberta a mente dos pensamentos incessantes, além de ser um processo extremamente saudável. 

sábado, 11 de setembro de 2021

Todos Os Animais Merecem O Céu

Hoje o meu amiguinho de quatro patas, chamado Bread desencarnou e foi para o céu dos animais. Ele não era meu, era da minha sobrinha Carol, filha do meu irmão Charles que mora na minha cidade natal no interior de Minas.

Eu não fazia parte do seu convívio diário, mas ele me amava e tinha uma afeição forte por mim que eu não sei explicar de onde vinha todo esse amor.

Bread adorava comer pão, por isso a origem do seu nome.

Viajo pelo menos uma vez por ano para visitar minha família no interior de Minas. Costumo passar de dez a quinze dias por lá no período das férias (de julho ou dezembro). E esse era o pouco convívio que eu tinha com Bread.

Sempre que eu chegava lá ele permanecia ao meu lado por um longo período. Me sentava no sofá da minha mãe e ele pulava em meu colo, me sentava à mesa para uma refeição e ele pulava em meu colo, se aninhava e tirava um longo cochilo.

Bread era da raça pinscher, porte pequeno e há poucos meses apresentou uma doença que vinha sendo tratada com medicamentos. Mas hoje seu frágil corpinho não aguentou e ele partiu para uma outra vida, além da vida física.

Bread em diversos momentos.

Intitulei essa postagem com o mesmo nome de um livro espírita que aborda o assunto espiritualidade dos animais. Imediatamente esse título me veio à memória. Para quem ama seus animais e acredita na espiritualidade é um livro elucidativo e acolhedor.

Talvez tenha me lembrando do livro quando soube da morte do Bread, porque tenho uma teoria própria de que Bread seja a reencarnação do meu gatinho Dengo que morreu um ano antes dele nascer. Creio nisso pois só assim justifica o amor que Bread tinha por mim sem ao menos conviver com ele cotidianamente.

Dengo com o livro "Todos os animais merecem o céu".

Dengo foi (e é) meu amor felino que adotei em 2009. Quando chegou o ano de 2013 passei por problemas pessoais e tive dificuldades com moradia aqui no Rio, por isso precisei levá-lo para casa da minha mãe temporariamente até que eu conseguisse me organizar em relação à moradia e pudesse trazê-lo de volta. Mas foi uma mudança brusca para ele e em poucos meses na casa da minha mãe ele adoeceu e morreu. Parou de se alimentar, foi levado ao veterinário e nada pode ser feito. Acredito que ele tenha sentido muito a minha falta e não conseguiu viver longe. Carrego um remorso em meu coração até hoje pela perda do meu Dengo. Eu o amava muito!

Meu Dengo era puro amor.
Um lindo gato preto de olhos amarelos.

A vida tem seus altos e baixos e em alguns desses momentos passamos por fortes provações e temos que aprender na marra a lidar com as frustrações e dificuldades. Esse período da minha vida foi muito conturbado e ter ficado sem moradia e sem poder dar uma moradia adequada para o meu gatinho foi muito sofrido.

Para mim Dengo e Bread podem ter sido o mesmo espírito que passou por minha vida em períodos diferentes e me deu amor da forma como eles puderam me dar. E eu também os amei de todo o meu coração.

Perder um amigo é sempre doloroso, nunca estamos preparados para esse momento. Passei um longo período relutando em adotar outros gatos até que em 2017 venci minha resistência e adotei dois felinos peludos que amo de paixão. Eros (que depois de um tempo passou a se chamar Pupi) e Julieta.

Nesse período de pandemia eles estão ainda mais apegados a mim e eu a eles. São companheiros durante todo o dia e ficam na minha cola para tudo que eu esteja fazendo.

Tento viver cada dia com a certeza que dou tudo o que eles precisam para terem uma vida plena e feliz com amor, alimentação, um lar seguro, cuidados veterinários e muito muito muito carinho.

Eles terão seu momento de partida, mas nisso eu não desejo pensar agora, pois estamos curtindo nosso tempo de vida centrados no presente.

Hoje faço uma prece pela vida do meu amiguinho Bread para que ele seja bem acolhido no céu dos animais. E também faço uma prece pelo meu Dengo que partiu há 8 anos.

Todos os animais merecem o céu aqui na terra também, que todos possam ser acolhidos, amados e queridos por pessoas que saibam suprir suas necessidades e lhes dar tudo o que necessitam para uma estadia plena enquanto existirem.

domingo, 5 de setembro de 2021

Experimentando: Sopa De Cebola

Desde que o frio deu as caras por aqui, tenho experimentado algumas receitinhas de caldos e sopas saborosas e boas para aquecer o corpo. 

Pego uma receita ou outra na internet e na maioria das vezes costumo adaptá-las para o meu paladar ou pelo que tenho de ingredientes em casa. Sei que o resultado é sempre delicioso! 

Já fiz o caldo de abóbora com carne seca desfiada que ficou divino! Experimentei também o caldo verde, que amo e nunca havia feito em casa. Todos ficaram um espetáculo de sabor! Futuramente posto minhas versões das receitas por aqui.

Então ontem estava eu sapeando alguns blogs e encontrei o Tacho da Pepa com uma receitinha maravilhosa e fácil de sopa de cebola. Vi a listinha de ingredientes e corri para fazer. 

Dei um pulo no supermercado para comprar mais cebolas e outras coisinhas saborosas para incrementar a receita e fui para a cozinha. 

A receita é bem fácil! Amo cebola e tudo o que se pode fazer com ela com certeza ficará saboroso! 

Segui à risca a receita do Blog o Tacho da Pepa, mas senti que ficou muito ralinha, queria que ficasse mais cremosa. Então depois de pronta e depois que saboreei a primeira porção, com o restante que ficou na panela eu readaptei a receita, colocando um pouco mais de farinha de trigo em uma nova porção de cebola frita, misturando com a sopa que já estava pronta para que pudesse engrossar um pouco mais o caldo.

Essa é a minha versão da receita:

Ingredientes:

  • 6 cebolas brancas
  • 2 colheres de sopa de manteiga
  • 5 colheres de sopa de farinha de trigo 
  • 1  xícara de vinho branco seco
  • 1 litro de água quente
  • Tomilho
  • Sal a gosto

Modo de preparo:

  1. Colocar a manteiga em uma panela (grande e que tenha o fundo mais grosso), adicionar as cebolas cortadas (cortei em meias luas finas) e deixar fritar calmamente até que fiquem douradas. Tem que ficar de olho para não deixar queimar, vá misturando de tempos em tempos. Achei essa parte mais demorada, pois o volume da cebola é bem grande. Mas ela murcha bastante. 

  2. Depois que as cebolas já estavam bem douradinhas, acrescentei (à gosto) tomilho seco. Não encontrei o fresco no supermercado, então usei o seco de pacotinho. Coloquei o sal (também à gosto) e misturei bem. Nesse momento o cheiro do tomilho rescendeu pela cozinha, uma delícia! O tomilho é opcional, se não gostar é só não colocar. 

  3. Adicionei as colheres de trigo e misturei bem. Na primeira versão da minha sopa, nesse momento o trigo ficou bem molhado. Na segunda versão coloquei o suficiente para fazer tipo uma farofinha. Deixei o trigo cozinhar levemente (sem deixar queimar) para não ficar com gosto forte.  Depois que o trigo ficou bem passado na panela, misturei o vinho branco seco e deixei ferver um pouco para evaporar o álcool. 

  4. Coloquei a água quente e misturei bem para não empelotar o trigo. Deixei cozinhar por cerca de 5 minutos. E pronto! Essa é a primeira versão da sopa que ficou com o caldo mais ralinho. Coloquei queijo parmesão e levei para o forno para gratinar. Essa dica do Tacho da Pepa fez toda a diferença! A sopa fica ainda mais gostosa!
  5. Essa é a segunda versão com o caldo mais cremoso. Detalhe para as torradinhas em formato de coração. O tomatinho uva tinha acabado, então usei o Débora.

Fiz torradinhas com pão francês, tomate, queijo muçarela e parmesão para acompanhar, salpiquei um pouco de cheiro verde e o prato ficou com um toque especial!

É muito bom preparar uma comidinha saborosa assim que aquece o corpo e alma!

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Chuva E Melancolia


Choveu na madrugada...

Choveu pela manhã...

Choveu de tarde...

Choveu no início da noite...

Entre pausas e oscilações o dia transcorreu um tanto quanto melancólico.

Não sei explicar o que acontece, mas tem certos dias de chuva que me trazem uma melancolia indescritível. Me leva a lugares adormecidos pelo tempo, guardados lá no fundo do baú da memória.

Esse sentimento vem acompanhado de lampejos de minha infância, de minha família, de amigos que já não fazem mais parte do meu ciclo de vida atual, de tantos momentos vividos que não consigo descrever. 

É um misto de sensações, de saudade, nostalgia, aperto no peito... Dá uma vontade de pressionar um botão, ir até aos lugares que a memória despertou, reviver aquele momento bom e voltar para o minuto atual. 

Dá para fazer isso, mas apenas em pensamento. E fica sempre um sentimento de que alguma coisa está faltando. Certamente o que falta é ser palpável, sentir os aromas que acompanham as lembranças, pois são apenas lembranças. 

Ah chuva...


"Que a chuva caia como uma luva,
um dilúvio, um delírio.
Que a chuva traga
alívio imediato."
(Engenheiros do Hawaii)

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Rio: Cidade De Muitos Contrastes

Vista do Botafogo Praia Shopping - Janeiro de 2020

Semana passada precisei ir ao Rio para resolver algumas pendências, exames, consultas médicas. A última vez que estive na cidade foi em janeiro, pelos mesmos motivos. Tenho feito alguns acompanhamentos após a cirurgia realizada em outubro do ano passado.

Estava com saudade de andar pelas ruas, ir aos lugares costumeiros, saudade da rotina antiga que me acompanhou por tantos anos. 

Mas uma questão que me chamou muito a atenção foi perceber a quantidade de pessoas morando nas ruas. Passei por diversos bairros e a situação se repetia da mesma forma, independente do lugar. Famílias inteiras acomodadas embaixo de marquises, idosos, bebês, crianças, adultos, jovens, homens, mulheres, adolescentes... Imagens de cortar o coração. 

Uma realidade dura e cruel ver tantas famílias passando por essa situação. Ninguém escolhe viver na rua e passar fome, passar necessidades básicas como um lugar para dormir, se higienizar, se proteger da chuva e do frio. 

Sempre houve pessoas em situação de rua, mas o que ressalto é como a quantidade de pessoas necessitadas aumentou pós pandemia. 

Copacabana é um mar de pessoas necessitadas. Penso que muitas perderam seus empregos e não tiveram condições de bancar um aluguel e foram despejadas de suas casas. É uma situação sofrida demais! 

Estive na Carioca, na região do Centro e a realidade é a mesma. Muitas crianças pedindo ajuda para comprar alimentos, ajuda para comprar doces para vender no sinal. Aí a gente colabora da forma que é possível, né? 

Conversei com um garotinho de uns 9 anos que pedia em frente a uma loja de doces. Ele desejava vender os doces para levar dinheiro para casa. Estava acompanhado por um outro menino de idade próxima a dele. Falei com ele para se cuidar, vender os doces e não fazer nada errado que pudesse prejudicá-lo de alguma forma. Sei que muitas dessas crianças sofrem horrores vivendo nas ruas, sem acesso à uma educação adequada que possa orientá-las a ter uma vida melhor. 

Me sinto impotente perante situações como essas. São muitas pessoas vivendo em condições sub-humanas, de sofrimentos diversos, de privação de uma vida digna.

Um contraste social que vem se banalizando a cada dia que passa, situações que se tornam costumeiras aos olhos de quem vê diariamente as mesmas cenas pelas ruas. Um cotidiano que se transforma em violência pelas cidades, principalmente nas grandes cidades como o Rio. A necessidade leva ao roubo, à agressão, não que a violência possa ser justificada por tais questões, mas sabemos que leva à situações extremas.

Não sinto que seja possível para mim ficar imune à necessidade alheia. Sinto um incômodo gigantesco e sei que minhas condições são limitadas, mas sempre que possível eu colaboro de alguma forma. Sei que não é uma atitude que vá resolver o problema da outra pessoa de forma definitiva, mas ao menos ameniza por algum instante. É como colocar um curativo em um ferimento que precisa de pontos... 

Estava angustiada com esses pensamentos a respeito da minha sensação de presenciar a atual situação calamitosa que se encontra o Rio. Ainda não tinha visto tantas pessoas morando na rua em grupos tão grandes. Fiquei refletindo sobre essa questão e precisei colocar para fora de alguma forma.

Sei que minha escrita não vai ajudar as pessoas que precisam de auxílio nesse momento. Mas uma pequena atitude de doar um alimento, um agasalho, um calçado, já alivia um pouco a dor de quem está necessitado. 

Rio, quantos contrastes são possíveis perceber em um mesmo lugar? Vejo a cidade (que antes maravilhosa) abafar suas dores e mazelas sob um rótulo que não lhe veste mais tão bem. Desejo que ela volte a ser um lar para tantas pessoas que escolheram (ou não) viver suas vidas embaladas pela sua atmosfera encantadora.

Fui uma dessas pessoas fisgadas pela sua aura que me encantou anos atrás quando escolhi viver por lá. E espero também voltar em breve. 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Solitude - Ano I


Hoje o Solitude está completando um ano de existência. No dia 24 de agosto de 2020 (há 6 meses em pandemia) decidi começar a escrever aqui como uma forma de elaborar meus pensamentos excessivos, minhas pequenas felicidades, minhas angústias e acima de tudo, um espaço dedicado à minha solitude, ao encontro de mim mesma. 

Não sou assídua e nem tenho pretensão de ser criadora de conteúdo e influenciar pessoas, apesar de que estou inevitavelmente produzindo conteúdo por ter um blog ativo. Meu único desejo é manter o blog como um lugar para organizar meus pensamentos e exercitar a escrita quando esta sentir a necessidade de se manifestar. 

Esses doze meses no ar soam para mim como uma pequena vitória, pois meus blogs anteriores não resistiram ao tempo. A experiência da escrita tem sido muito gratificante. Poder exercitar a escrita livre, sem amarras, exigências, regras ou expectativas revela um novo hobby, um momento especial que tenho curtido desfrutar. 

Desenho à mão feito no tablet com auxílio da S Pen.
Colei alguns adesivos disponíveis no editor de imagens.

As interações que têm ocorrido são muito saudáveis e satisfatórias. Depois de utilizar as outras redes sociais, vinha me sentindo muito incomodada com a dinâmica proporcionada por elas. Não gosto de "likes", gosto de interagir sentindo que estou sendo verdadeira com a pessoa que está do outro lado da tela, que na maioria das vezes sequer conheço pessoalmente, mas me interesso em ler e conhecer um pouco do seu universo. "Likes" mentem e são superficiais... 

Agradeço a cada um que passa por aqui e deixa um pouco do seu tempo em forma de comentários. Nosso tempo é um bem precioso e reconhecer a dedicação do outro em oferecer um pouquinho do seu tempo para interagir conosco é um ato de carinho! 

Obrigada por partilhar esse tempo comigo! ♡

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Retomando a Rotina de Estudos


Depois de mais de um mês de "férias" da faculdade, retomamos as aulas na Uerj no dia dois de agosto. E agora chegamos ao primeiro semestre de 2021 e o planejamento é concluí-lo em novembro.

É uma loucura pensar que este será o terceiro Período Acadêmico Emergencial (PAE). Já estamos a três períodos estudando de modo remoto. 

Não posso dizer que me adaptei a esse modo de estudo, mas tive que dançar conforme a música. Não é o melhor dos mundos, mas é o que pode ser feito devido às circunstâncias. 

Na minha perspectiva, nada substitui a presença física, a troca entre professor e aluno, o olho no olho, as diversas linguagens: verbal, visual, corporal. Infelizmente a tela limita tudo isso.

Quanto a plataforma utilizada para as aulas consegui me ambientar e compreendo perfeitamente os recursos e ferramentas. Como fiz muitas disciplinas nos períodos anteriores tenho um bom repertório de salas e métodos de trabalho dos professores. A forma como cada um conduziu suas disciplinas, o que foi positivo e o que não funcionou adequadamente. Enfim, há professores e Professores. Cada um com seu jeito próprio de lidar com suas turmas e ministrar suas aulas. Têm aqueles que são mais acolhedores e se preocupam em planejar excelentes aulas, enquanto têm outros que não estão muito preocupados com a forma como vai apresentar suas disciplinas. 

Talvez pelo fato de eu ser Professora (há bastante tempo) eu tenha essa característica de observar os detalhes, as didáticas de cada um, o modo de se relacionar com as turmas. Sei que a experiência e o tempo me fizeram ser assim. 

Esse período acadêmico será mais tranquilo para mim. Peguei poucas disciplinas (apenas cinco dessa vez) e terei tempo de estudar com calma. Apesar de que ainda continuo desempregada e passo todo o meu tempo em casa.

Estou quase concluindo o curso, falta agora muito pouco a ser feito. Tentando recuperar o tempo, pois precisei trancar alguns períodos e só consegui retornar depois de realizar algumas coisas pessoais que estavam pendentes. 

Não estou cem por cento empolgada esse semestre. Tenho me sentido muito preocupada nos últimos meses e essa preocupação exacerbada tem mexido muito com meu estado emocional, afetando meu sono, minha alimentação, minha qualidade de vida.

Tenho plena consciência de que  preocupação em nada ajuda, pelo contrário, só faz mal. Mas nem sempre consigo controlar os excessos. Tudo isso na prática é desafiador!

Mas agora com a retomada da rotina de estudos me sinto menos perdida com o tempo e meus dias passam com mais foco e objetividade. A rotina tem sua própria beleza, ela organiza determinados aspectos da vida. E isso me ajuda a me sentir um pouco melhor. 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Cabeça Borbulhante

Tenho uma cabeça borbulhante! Pelo menos nos últimos meses tenho percebido isso. Uma cabeça que borbulha pensamentos incessantes. 

Eu penso, penso e penso... O tempo todo, o dia inteiro. Tenho a sensação de que minha cabeça borbulhante não dá uma pausa nem no momento de dormir. Aí os pensamentos na verdade são os sonhos. Sonho muito! Tenho sonhos atropelados.

Minha cabeça borbulhante pensa a todo instante (fiz até uma rima, não foi intencional). Sou uma pessoa que pensa muito e fala pouco. Desde sempre fui assim. A minha boca não acompanha a velocidade dos meus pensamentos. 

Pensando sobre isso, hoje durante o meu almoço sentei em frente da TV e sintonizei um canal (acho que foi no Canal Brasil) que estava passando um show do Ney Matogrosso. Era uma homenagem pelos seus 80 anos. Gosto muito do Ney Matogrosso, acho um artista excepcional e carismático. E como assim?! Ele fez 80 anos no dia 01 de Agosto?! 

Mas então, aí comecei a assistir ao show enquanto almoçava, mas já estava quase no final. Ele cantou uma música que gosto muito que se chama "Fala" e que começa assim:

"Eu não sei dizer nada por dizer,
Então eu escuto
Se você disser tudo o que quiser,
Então eu escuto"

Sou essa pessoa que não sabe dizer nada por dizer, na maioria das vezes falo quando sinto que tenho algo que importa ser dito. Pode soar estranho, mas jogar conversa fora pelos simples fato de jogar conversa fora não me é muito atrativo. 

Fica muito evidente quando estou falando ao telefone. Detesto falar ao telefone quando não é algo que seja importante para ser resolvido. O mesmo acontece nos aplicativos de mensagem. Se eu não tenho algo que considero importante para ser tratado não consigo ficar de trêlêlê. Acho desgastante. Me considero uma pessoa objetiva nesse sentido.

Mas quando se trata de pensar, aí é comigo! A cabeça borbulhante fica 24 horas on-line, sinto dificuldades em pausar os pensamentos. Meditar para mim é desafiador por conta dessa característica. Adapto a meditação com frases afirmativas que me ajudam a concentrar em um ponto mental fixo. 

Internamente é como se eu tivesse uma outra eu com quem eu falo em pensamentos. Ou, às vezes é como se tivesse um narrador mental ao fundo. Elaboro listas, organizo o dia, o que vou fazer em cada momento, repasso milhões de vezes o que eu deveria ter dito para determinada pessoa em alguma situação desagradável, é um diálogo interno infinito! 

Não sei se isso é bom ou ruim, mas é como tenho sido ou me percebido nos últimos meses. Aceito minhas singularidades e busco conviver com harmonia comigo, apesar de que pensar o tempo todo gera um imenso desgaste mental. Sei que a situação atual tem colaborado para que me sinta dessa forma, as poucas interações sociais físicas, o tempo que tenho passado só onde estou residindo atualmente, os contatos (em sua maioria) são virtuais.

Penso inúmeras vezes sobre o que desejo escrever aqui ou no meu caderno físico, elaboro textos inteiros mentalmente que em poucos segundos de desfazem como fumaça no ar. Planejar a escrita não funciona para mim. A escrita aqui é ocasional, não é elaborada nem planejada com antecedência. Todos os textos mentais ficam apenas na esfera da mente, nunca se materializam. Eu nem daria conta de transpô-los para o "papel". 

Meu processo de escrita é: bateu vontade de escrever - venho para o computador e deixo a escrita fluir. Penso em alguma fotografia ou desenho feito por mim que esteja em meu acervo e que acredito que faça algum sentido com a escrita e utilizo para ilustrar. Releio para corrigir possíveis erros e posto satisfeita por ter conseguido colocar alguns pensamentos para fora de mim.  

A sensação é de alívio, como esvaziar um pouco uma bola de soprar que está nitidamente no seu limite, prestes a estourar.

Fiz essa imagem para uma trabalho de conclusão de um
curso de fotografia que realizei em 2013.

domingo, 18 de julho de 2021

Vacina No Braço

Finalmente tomei a 1ª dose da tão aguardada vacina contra a Covid-19! Confesso que me senti especialmente emocionada no momento da aplicação. Não consegui nem sentir a picadinha entrando em meu braço. A enfermeira que aplicou foi muito gentil e cuidadosa.

Esta vacina se tornou diferente de todas as outras que todos nós tomamos em outros momentos da vida e outros cenários. Foi uma vacina negada, roubada, negligenciada, vítima das mais imbecis fake news que se possa imaginar. Por tantos motivos essa vacina se tornou especial. 

Estamos vivenciando uma época em que tantas coisas absurdas ganham notoriedade, a imbecilidade humana nas mais variadas formas tomaram contam de lugares nunca antes imaginados. Ganham voz e espaço com o poder de alcance da internet. 

Mas não quero saber das imbecilidades. Não dou ouvidos a elas. Não dou minha atenção ao que não me acrescenta algum valor ou sentimentos que valham a pena sentir. Na verdade me sinto cansada de tanta coisa que não me importo mais. É um cansaço mental, psicológico, físico... Cansada de algumas pessoas, de alguns assuntos, de situações diversas. 

A respeito da vacina, me sinto ótima! O único efeito pós-vacina foi uma leve dor muscular no local da aplicação. Já se passaram 36 horas e estou radiante! Agora aguardo a 2ª dose que já está marcada para outubro. 

Apesar da vacina é importante continuar com os cuidados de sempre: máscara, higiene das mãos e distanciamento. Aos poucos esse inferno vai passar. E esse momento triste vai ter seu lugar no passado.  


Minha família já está quase toda imunizada. Não vejo minha mãe faz dois anos. Sei que em breve poderei ir visitá-la em Minas. A saudade é grande!

Vamos seguindo, cada um de nós fazendo a parte que lhe cabe, fazendo o que é correto, sem dar ouvidos ao que não interessa. 

terça-feira, 13 de julho de 2021

É Dia De Rock, Bebê!

Se tem um aplicativo que eu gosto da empresa Google, esse aplicativo é o Google Fotos. Você está lá de boas, fazendo algumas coisas e de repente vem a notificaçãozinha trazendo uma memória que estava guardada e esquecida. Pois foi o que rolou hoje, a notificação do dia veio me lembrar que no dia 13 de julho de 2019, há exatamente dois anos, estava eu em Beagá com a minha irmã no show do Humberto Gessinger, celebrando o dia do rock num show maravilhoso desse cara que é um músico que adoro!

Ahhh que saudade, Google Fotos! 

Eu sei que a frase do título é manjada e é um meme conhecido, mas não pude deixar de utilizá-la. Hoje é o dia mundial do rock e a saudade de aglomerar num bom show bateu forte.

Me lembro tão bem desse dia, que foi marcado por algumas experiências inesquecíveis. Foi a primeira vez que peguei a estrada sozinha, estava eufórica por poder realizar essa aventura. Saí do Rio, peguei a serra e fui para Beagá para assistir ao show com a minha irmã que mora lá. Depois continuaria minha aventura viajante de Beagá para a minha cidade natal, bem no interior de Minas, para visitar minha mãe e família. Ao todo dirigi por mais ou menos 1.200 km, somente ida. Mas essa é uma história longa e desejo escrevê-la em outro momento. 

Cheguei animadíssima em Beagá para o show do Humberto. Que show perfeito! Ele estava apresentando o "Ao Vivo Pra Caramba". Repertório conhecido, celebração dos 30 anos de Revolta dos Dandis. Sei que foram várias as vezes que assisti a esse mesmo show.

Sou muito fã do trabalho do Humberto, desde a época dos Engenheiros do Hawaii. Ouvia a todos os cd's da banda na minha adolescência. E aquela história, para quem morava no interior do interior do Brasil, era super difícil ter acesso a shows (digo bons shows, bons artistas, música de qualidade). Era um sonho muito distante assistir a um show dos Engenheiros.

Desde que me mudei para o Rio virou uma meta assistir aos shows do Humberto. Esse show específico, "Ao Vivo Pra Caramba", assisti no Vivo Rio, depois em outro momento fui para Niterói para ver a apresentação que ele fez na Praia de São Francisco, depois novamente no Vivo Rio. 

E Beagá foi marcante pois pude ver com a minha irmã, que também curte a música de Humberto. E é tão difícil fazermos programas juntas, pois ela mora em Minas e eu no Rio.

Foi aconchegante demais recordar desse dia. Enquanto escrevo, estou ouvindo o álbum do show no Spotify. 

Não vejo a hora de poder voltar a vida, sair da toca, pegar a "Infinita Highway" e matar a saudade de um tempo não muito distante.

Desejo que o primeiro show pós-pandemia que eu vá assistir seja do Humberto. Aquecendo a voz para esse momento. 

terça-feira, 29 de junho de 2021

Um Dia Frio


E tantos livros para ler nesse dia frio, mas nem tive vontade de pegar nenhum deles, nem ao menos para folhear. Procrastinei muito nos últimos dias desse mês que já está no final. Mas passou tão rápido o mês de Junho que não me dei conta. 

É inverno e está frio em Cabo Frio. Ainda estou aqui nessa cidade da ventania. Os ventos aumentaram, tem dias que eu me assusto com a força e a fúria do vento nas árvores. O pé de flamboyant plantado na calçada em frente da casa balança os galhos e deixa suas vagens enormes caídas pelo gramado.

Ensaiei fazer algumas coisas nos últimos dias, mas nem consegui. Fui tomada por um desânimo colossal que se abateu sobre mim. Quando não me sinto bem tenho a tendência de me fechar, uma verdadeira ostra. Eu fico em permanente diálogo interno, a cabeça tagarela o dia inteiro num monólogo chato e infinito! Mas quem vê por fora nem imagina o que se passa. 

Aprendi a fazer uns exercícios de respiração para dar uma acalmada quando a coisa aperta. Respirar com intencionalidade ajuda a relaxar a mente barulhenta. Isso é bem curioso! Leio e estudo bastante sobre autoconhecimento, mas é tão difícil colocar algumas coisas em prática. Na teoria é tudo tão lindo, mas é um aprendizado árduo! Quando me dou conta estou com meus comportamentos de sempre, na mesma autossabotagem já conhecida.

Estou aqui para aprender algumas coisas, não vejo outra razão para ser. Então é manter o foco e seguir adiante apesar dos tropeços pelo caminho.

Quero me vacinar, ainda não me vacinei. Perdi a oportunidade da vacinação para os profissionais da educação, pois estou fora do mercado e precisava comprovar com um contracheque atualizado. Agora aguardo a data por idade. Sei que está próxima e estou me sentindo ansiosa e animada.

Sinto falta da minha vida, das minhas coisas, dos meus dias atribulados, das viagens, dos passeios, da minha família, das crianças, das amigas do trabalho, do salário na conta no final do mês... A vida estacionou numa vaga ruim e o flanelinha nem esperou para vir perturbar o meu juízo.

Está chovendo forte. Está tarde. E a noite está fria.