sábado, 19 de dezembro de 2020

Transitoriedade

"Precário, provisório, perecível
Falível, transitório, transitivo
Efêmero, fugaz e passageiro
Eis aqui um vivo, eis aqui um vivo..."
(Lenine)

Já faz alguns dias que venho ensaiando sentar em frente ao computador e escrever um pouco, mas estava me sentindo um tanto quanto desconcentrada, a mente agitada e os pensamentos acelerados. 

O corpo vai sentindo o peso e o pesar do final de ano. Final de ano com uma epidemia em andamento. Sinto uma angústia em relação à isso, ao que me parece ainda longe do fim.

Tantas coisas fortes e marcantes aconteceram no decorrer do ano, que tenho uma sensação de ter vivido dez anos em um. Para mim o tempo tem passado arrastado. 

Vivo a minha experiência pessoal, assim como cada um também vive a sua própria experiência. Posso apenas sentir o que vivo na minha própria pele. De um modo geral (no meu contexto), venho tentando ressignificar minhas experiências (as mais pesadas) vividas até aqui. Sem a intenção de lançar um papo de "good vibes". Senti a necessidade de desenvolver positivamente meus pontos de vista sobre as situações que têm me acontecido, e a partir daí ressignificá-las.

Nos últimos meses (entre setembro e dezembro) estava em ensino remoto, não a trabalho, mas como estudante. Sou professora e também sou aluna. Já faz alguns anos que concluí minha primeira graduação no Curso Normal Superior (pela Unimontes - Universidade Estadual de Montes Claros), tempos depois me especializei em Educação Infantil (pela Puc Rio) e recentemente resolvi voltar a cursar uma segunda graduação também na área educacional, Pedagogia (pela Uerj - Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Quase concluinte!

Tivemos aula presencial apenas na primeira semana de março, antes da pandemia. Com a chegada da pandemia paramos tudo e ficamos todo o primeiro semestre sem aulas. Tempo necessário para a Universidade reorganizar o currículo e tomar as medidas cabíveis para a retomada das aulas de forma remota, chamado de Período Acadêmico Emergencial (PAE). Então o período teve andamento, concluímos enfim o semestre 2020.1 na última sexta feira (11.12).

Na minha experiência, longe de ser um dos melhores semestres de estudo. Tive dificuldades em me adaptar às aulas, organizar o tempo de estudo e de leitura. Fiz o melhor que pude com as ferramentas que eu tinha. A internet caindo e a conexão ruim, o computador que resolveu dar vários pitis sem querer ligar ou desligando por vontade própria. Aos trancos e barrancos dei o meu melhor e compreendi  de coração a situação dos professores tendo que se adaptar a toda uma mudança na forma de trabalhar.

Também sou professora e senti na pele como foi difícil adaptar o trabalho com as crianças pequenas. Não foi nada simples pensar em estratégias de adaptação de conteúdo para lidar com o ensino remoto com crianças de Educação Infantil. Meu trabalho teve término em maio, quando perdi meu emprego pela falta de alunos que pouco a pouco foram se desligando da escola. 

Então nesses últimos meses estava imersa nas leituras acadêmicas, tirando o melhor proveito das aulas da forma que era possível. E nas últimas semanas tive uma grande quantidade de trabalhos para entregar com o encerramento do semestre. Com tudo isso senti um cansaço mental e dificuldade de me concentrar. Li alguns livros fora do contexto acadêmico para espairecer as ideias e ouvi muita música. 

Diante de toda a transitoriedade da vida estamos finalmente chegando ao fim desse ano abarrotado das mais diversas vivências. E escrever essas breves palavras hoje já me trouxe uma boa sensação de esvaziamento de peso da minha mente (por vezes) conturbada de tantos pensamentos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Não Subestime Sua Dor


Desde o início meu ciclo menstrual sempre foi um período doloroso, sentia muitas cólicas e incômodos. Comecei cedo a tomar pílulas anticoncepcionais por recomendação médica, para regularizar o ciclo que era bastante irregular. Anos e anos se passaram, as dores sempre vinham mais fortes e o fluxo cada vez mais volumoso. Sentia dores incapacitantes, que me deixavam de cama. 

Ouvia dos ginecologistas que era normal, todo mundo sente cólicas... "É normal, toma deocil quando a dor aparecer." E era sempre a mesma coisa, todos os meses. Me lembro que em 2010/2011 tive crises fortíssimas e que precisei ir ao pronto atendimento receber medicação venosa para contornar as dores. A dor se concentrava na maior parte das vezes na região do cóccix, era como se ele fosse se partir em dois.

Com o passar do tempo troquei de ginecologistas e sempre ouvia que as cólicas eram normais. Comecei a tomar a pílula anticoncepcional contínua, para aumentar o intervalo de tempo entre um ciclo menstrual e outro e assim, passar menos tempo sentindo dores. Fui "aprendendo" a conviver com a dor que sentia, por mais difícil que fosse...

Em março deste ano estava com minha consulta ginecológica de rotina marcada, mas aí veio a pandemia e meu médico desmarcou. No mês de maio eu já não aguentava mais sentir as dores que vinha sentindo, a pílula parecia não mais segurar a menstruação, tinha muitos escapes e as dores eram certas. Entrei em contato com meu médico, relatei a minha situação e consegui ser atendida no final de maio. No exame de toque ele percebeu um nódulo endurecido no canal vaginal. Foi um exame muito doloroso. Ele suspeitou que eu poderia ter adenomiose e solicitou uma ressonância magnética pélvica com contraste. O resultado do exame foi assustador pra mim: estava completamente tomada por focos de endometriose por toda a região. Diagnóstico: endometriose profunda com acometimento intestinal. 

Meu ginecologista me encaminhou para uma especialista em endometriose para que eu fosse submetida ao procedimento cirúrgico. Junto com a ginecologista precisei me consultar também com um proctologista, devido ao acometimento do intestino grosso. O procto solicitou uma colonoscopia para avaliar detalhadamente a situação da endometriose no intestino. 

Sei que entre exames, consultas e pandemia o processo foi bastante demorado. Comecei essa maratona no final do mês de maio. Muitas coisas aconteceram nesse intervalo de tempo. A cirurgia foi marcada para o dia 21 de setembro e quase na véspera o hospital realizou o teste de covid (procedimento padrão em tempos de pandemia). Meu teste deu positivo, minha cirurgia foi desmarcada e fiquei em isolamento durante 15 dias. 

Ok! Cumpri o isolamento, não desenvolvi sintomas da doença e fiquei bem. A cirurgia foi remarcada para o dia 20 de outubro e dessa vez deu certo! Fui submetida a uma laparoscopia, procedimento minimamente invasivo. São feitos 3 pequenos cortes na região abdominal (um em cada lateral e outro a  uns 9 cm abaixo do umbigo) e outro corte de mais ou menos 1,0 cm dentro do umbigo. A cirurgia demorou cerca de 4 horas. Um fator positivo foi que não precisou remover nenhum pedaço do intestino, a endometriose estava apenas na superfície e foi feita uma raspagem para remoção dos focos.

Me lembro que quando despertei da anestesia, ainda no centro cirúrgico, a única coisa que senti foi uma dor gigantesca no umbigo, doía muito mesmo! Além do frio absurdo! 

A internação durou um pouco mais de 24 horas, fui pra casa no dia seguinte. Segui à risca o repouso e a dieta passada pela nutricionista. Nessa cirurgia o abdômen é inflado com gás (dióxido de carbono) para melhorar a visualização e o cirurgião possa ter acesso aos órgãos. Nos primeiros dias após a cirurgia senti muito incômodo com o estufamento, mas aos poucos o gás vai sendo liberado pelo organismo. Ainda hoje sinto que meu abdômen não voltou ao normal, está distendido. 

Hoje, 20.11.2020 está completando 30 dias que realizei o procedimento cirúrgico para remoção de endometriose profunda com acometimento intestinal. Minha recuperação está sendo ótima, dentro do esperado, sem nenhuma reação negativa. Estou cuidando da ferida cirúrgica do umbigo que já está quase 100% curada. 

O que gostaria ainda de relatar é que não subestime sua dor, se notar qualquer sintoma exagerado insista com seu médico para investigar. Demorei muito tempo para receber um diagnóstico adequado para o que eu sentia, mais de 15 anos sentindo dores que me diziam ser normais. 

Endometriose é uma doença séria e de difícil diagnóstico, não tem cura mas é tratável. O que não é aceitável é viver com dores incapacitantes que afetam e muito a rotina e a vida como um todo. Ouvir certas coisas do tipo "é frescura!", "ah, é apenas uma cólica!", "é preguiçosa!", são julgamentos que não agregam em nada, não dê ouvidos e procure ajuda médica adequada.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Tempero de Família

Não, aqui não vou falar sobre o programa do Rodrigo Hilbert lá do canal GNT. Vou escrever sobre o tempero de família, o tempero da minha mãe Dona Maria.

Desde sempre a minha mãe faz seu próprio tempero em casa e desde que aprendi a cozinhar, uso o mesmo tempero caseiro. 

É um tempero simples e também muito prático. 

Vou usar como base o copo de medida (aquele copo plástico que tem medidas de xícaras, gramas, mililitros, etc). O meu equivale a 3 xícaras.


Ingredientes:

  • 1 copo de alho descascado
  • 1 cebola branca média 
  • 500g de sal
  • 100 ml de água

Modo de Preparo:

Uma boa dica para descascar alhos é debulhar e colocar em uma bacia com água, as cascas se soltam praticamente sozinhas. 

Bater o alho, a cebola e a água no liquidificador.

Depois retire a mistura do liquidificador e coloque em uma bacia, acrescente o sal e mexa bem.

O tempero está pronto!

Coloco num pote bem vedado e deixo na geladeira. É bom para temperar arroz, feijão, molhos. 

Com essa mesma base, a minha mãe faz o tempero completo utilizando algumas ervas e condimentos. Essa versão ainda não fiz, mas logo vou experimentar fazer. O tempero completo vai bem em carnes e sopas.

O melhor é que são temperos naturais, nada de ingredientes estranhos e desconhecidos.

domingo, 27 de setembro de 2020

O Dilema Das Redes


Já faz alguns dias que a Netflix disponibilizou em seu catálogo o documentário "O dilema das redes" e hoje consegui parar para assistir. 

Era exatamente o que eu esperava, nenhuma surpresa. Os especialistas entrevistados mostram os impactos negativos que as redes sociais têm causado nos últimos tempos, não apenas de forma individual, como de maneira global, afetando inclusive a democracia. 

De um modo bem didático (eu diria), explica detalhadamente como os algoritmos atuam, como é simples o usuário entrar numa bolha e ser facilmente manipulado pelo sistema. É assustador!

Na minha concepção todos deveriam assistir para assim, compreenderem o funcionamento dessa máquina que cada dia mais enriquece às nossas custas, os usuários.

"Se o produto for de graça, você é que é o produto."

Essa frase é mencionada no decorrer do documentário e vale para uma reflexão: quanto tempo desperdiço nas redes sociais? O que é um desejo genuinamente meu ou implantado por um anúncio? Sabemos que nada é de graça! Quando aceitamos os termos de uso de um determinado produto/aplicativo, em troca damos nossos dados. E nossos dados são valiosíssimos para essa galera! 

Me lembro quando comecei a me sentir incomodada com as redes sociais. Logo após a decadência do Orkut, o Facebook chegou bombando! Tive uma conta até o ano de 2013 e a partir daí resolvi excluir. Não fazia mais sentido pra mim. Tempos depois criei uma conta no Instagram, me forcei a permanecer, mas logo bateu o desânimo e excluí novamente.

A superficialidade dessas redes e a forma como funcionam não me atendem. Sinto um incômodo gigante nessa coisa de curtir mil fotos de forma rasa, e pessoas passando, na maioria das vezes, imagens irreais de vidas "perfeitas". Não curto influenciadores digitais, nem compreendo como as pessoas cultuam esse tipo de coisa. Mas não quero me aprofundar sobre esse assunto aqui. 

Voltando ao documentário, já no final os especialistas dão dicas bem válidas de como minimizar as interferências das redes. Uma que sempre faço é retirar as notificações dos aplicativos. Ser notificada de cada coisa que acontece em meu smartphone é enlouquecedor! Sinceramente eu não dou conta! 

Atualmente eu mantenho poucos aplicativos no meu telefone, fiz uma limpa daquelas que me deixou bem leve. Venho praticando o minimalismo e é libertador! 

Em relação às redes é sempre bom repensar a forma como as utilizamos. Consegue perceber que está sendo manipulado/induzido a consumir produtos ou agir/pensar de determinado modo? Investiga fontes confiáveis para não ser enganado por fake news?  

Importante nos atentarmos para essas questões e adotar atitudes que minimizem impactos. A situação já está aí na nossa cara e o mundo parece estar de cabeça para baixo. 

domingo, 13 de setembro de 2020

Vento Ventania

Há mais de dois meses estou na cidade de Cabo Frio, não tenho saído para apreciar as belíssimas praias que tem aqui (por motivos óbvios). Ainda não havia passado tanto tempo assim aqui antes, sempre vinha para um feriado, um fim de semana. Geralmente no final ou início do ano, ficando poucos dias.

Mas vivenciando aqui por esse tempo prolongado estou podendo conhecer melhor a cidade. O clima por aqui é sempre agradável, mas conheci outro lado bastante assombroso para o meu gosto: aqui venta muito! Não é um ventinho leve não, são ventos fortíssimos! 

Pelas minhas contas faz uns cinco ou seis dias que têm ventado direto, eu digo durante o dia inteiro! Não cessa de jeito nenhum. Durante essa semana fiquei sem energia em casa por duas vezes, devido a ventania. Foi preciso ligar para a Enel para resolverem a ocorrência.

Agora enquanto escrevo ouço o assovio do vento pelas frestinhas da janela, parece alguém sussurrando. Uma das coisas que gosto da ventania é que a roupa no varal seca muito rápido. Mas em contrapartida eu preciso desenrolar cada um delas que fica toda enroscada na corda. Seria até engraçado se não desse um trabalho danado para tirá-las, principalmente os lençóis e cobertores. 

O que mais me incomoda é que as portas e janelas ficam batendo com a força do vendaval, não adianta colocar pesos para segurar. A solução é deixar tudo fechado mesmo. 

Dia desses estava com meus gatos no quintal apreciando a companhia deles e pegando um pouco de sol. Tivemos que sair correndo para dentro de casa por causa da ventania, até eles se assustaram. 

Nisso me lembrei de uma música chamada "Vento ventania", do Biquini Cavadão. Eu sou um pouco parecida com o Bob, do desenho "O Fantástico Mundo de Bob". Sempre faço desenhos em minha cabeça de alguma situação que esteja acontecendo ou então relaciono coisas com música. Às vezes a pessoa fala qualquer coisa, aí penso em uma música e fico cantarolando mentalmente... É uma maluquice, minha mente tem um lado lúdico muito aflorado. Confesso que algumas coisas que se desenham são bem ao pé da letra mesmo... rssss O próprio Bob em seu fantástico mundo.  

Gosto muito dessa música, é gostosa de cantar (daquelas que são boas de cantar junto com o volume alto). Ela foi lançada na década de 90 e fez muito sucesso na época. E o Biquini Cavadão é uma banda que ainda costumo ouvir, tem músicas bem agradáveis. Eu sou nostálgica com essa galera dos anos 80 e 90, gosto mesmo! 

Mas enfim, sei que no final das contas a ventania me inspirou a fazer um desenho baseado na música do Biquini. Gosto de desenhar quando sinto vontade. Não são desenhos elaborados, são traços bem simples e até infantis. Mas é desse jeito que eu gosto. Desenhar, assim como escrever, funcionam como terapia para mim. É um processo relaxante e prazeroso. 


Imagina como seria sair por aí feito folhas soltas, voando sem instrumentos ao sabor dos ventos... apenas se deixando levar livres, leves e soltos. Ahhh, minha imaginação do fantástico mundo de Bob já imaginou. 
Vento, ventania... me leve sem destino.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Um Funeral Improvisado

O despertador toca às seis horas da manhã. Me levanto e vou colocar a ração dos gatos. Abro a porta para eles irem para o quintal e em seguida volto para a cama para dormir um pouco mais. Todos os dias é assim que começa o dia. Costumo me levantar definitivamente às sete e meia ou oito horas.

Pois bem que hoje meu restinho de sono antes de me levantar definitivamente foi interrompido por sons de miados agudos incessantes. Levantei meio atordoada, tentando localizar de onde vinham os sons. 

Abri a porta do quarto e me deparei com minha gata Julieta no meio do corredor. Ao me aproximar, ela se afastou em direção a outro cômodo, como se me chamasse para acompanhá-la. 

A cena que vi em seguida me abalou. Ela havia feito uma caçada matinal e trouxe para mim de presente. Meu coração apertou e me veio uma vontade de chorar... não de emoção, mas de tristeza. Ela havia caçado um inocente pardalzinho. 

Apanhei o pardalzinho do chão e verifiquei se ainda respirava, infelizmente não... A esta altura ele já havia falecido. 

Me senti desolada pelo presente que acabara de ganhar. Mas Julieta demonstrava estar feliz por me presentear assim tão cedo, nas primeiras horas da manhã. Hoje não consegui salvar o pequeno passarinho, como aconteceu outro dia em que salvei a lagartixa que Eros me presenteou. Me senti triste com o que aconteceu.

Logo tratei de levar o pardalzinho até o quintal e encontrei um lugar seguro para enterrar seu pequeno e frágil corpinho. Fiz um curto funeral improvisado e o cobri com florzinhas que estavam caídas no chão. 



Penso que minha gata Julieta sentiu que a minha reação ao ver o presente não foi nada alegre. No restante do dia ela passou o maior tempo perto de mim, talvez o seu gesto queria dizer alguma coisa. 

Na semana passada ela me trouxe um pequeno grilo, que tinha uma perna faltando, mas estava vivo quando o peguei. Depois o soltei nas plantas longe do alcance dela. 

Meus gatos viviam presos em apartamento durante muito tempo e agora estão aproveitando muito o espaçoso quintal de uma casa. Compreendo que caçar é da natureza instintiva do felino, mas confesso que não aguento ver quando eles conseguem alcançar suas presas. Jamais imaginei que Julieta conseguiria pegar um pássaro, pois ela está fora de forma, está fazendo dieta e seus movimentos são lentos na maior parte do tempo.

A partir de hoje desejo ficar mais atenta ao que eles andam pegando no quintal. Não vou aguentar ver mais um passarinho sem vida e ainda por cima ofertado a mim.

domingo, 6 de setembro de 2020

Eu Só Queria Entender

Hoje estava ouvindo umas playlists sugeridas pelo Spotfy e aí tocou essa música chamada "Eu só queria entender", do Frejat (gosto muito!). Viajei no tempo pois fazia anos que tinha ouvido essa música.

Nisso me lembrei que na época em que ele lançou esse cd (em 2008), eu fiz um desenho inspirado numa frase dessa música. Remexi meu hd e encontrei o desenho salvo numa pastinha de desenhos. Ahh que boa recordação!



A letra ainda é bem pertinente mesmo doze anos após ser lançada.

"Ah, será que ninguém percebeu
que estamos girando no mesmo lugar?
Regredindo no tempo sem saber aonde nós vamos chegar?
Maltratando a Mãe-Natureza, esse imenso altar?
Impondo a miséria no mundo em nome de um tal "bem estar"?
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que um dia uma estrela-guia virá pra mostrar o nosso papel:
Que a vida é uma linha fininha e o homem é o seu carretel?
Eu só queria entender o porquê
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que o sentido da vida é viver o prazer de ostentar o poder?
E depois, ao final, quando tudo acabar, o que vamos fazer?
Eu espero que o homem perceba que assim está se matando
Acabando com o mundo, sem ter, nem porque, é a razão de um insano
Eu só queria entender o porquê de viver
Eu só queria entender o porquê pra viver
Eu só queria entender o porquê pra dizer
Eu só queria entender o porquê"

Ah Frejat, tem tantas coisas que eu também só queria entender... A fragilidade dessa linha fininha que é a vida, está aí bem exposta em nossa cara. Mas o que eu percebo é que tem tantos que não estão nem aí. E daí, né? Já ouvimos isso antes.

Estou passando uma temporada em Cabo Frio (por tempo indeterminado e por motivos de força maior desde que perdi meu emprego por conta da pandemia). Oficialmente eu moro no Rio. Pois bem, estou por essas bandas de cá há mais de dois meses. Estou cumprindo o isolamento social e saio apenas para o estritamente necessário! Ontem foi uma dia necessário em que precisava ir até a farmácia e ao mercado. Optei por ir no shopping que fica muito próximo da minha residência., cerca de 10 minutos de caminhada e conseguiria resolver tudo no mesmo lugar.

Peguei minha máscara e demais itens necessários e fui. No caminho até me assustei com a quantidade de pessoas na orla da lagoa festejando nos quiosques. De verdade, tomei um baita de um susto! Passei pelo outro lado da calçada,  pois a aglomeração era enorme! Gente, as pessoas estão festejando sem se preocupar com a própria saúde. Eu não consigo entender... 

No shopping a situação não era tão diferente. Só pode entrar usando máscaras: ok! Tem que medir a temperatura corporal: ok! Aí você entra e se depara com um monte de gente se alimentando sem máscara, óbvio! Gente, compra seu quitute e vai comer em casa! Não é possível! De que adianta então tantos cuidados para entrar e lá dentro está assim? Tratei de resolver minhas pendências e vim correndo pra casa.

Ainda não me sinto preparada e segura para encarar o mundo e as pessoas. Me sinto um ET quando preciso sair. 

Estou fazendo a minha parte, continuo em isolamento enquanto for necessário. Se expor à toa dessa forma, não faz sentido pra mim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Aceitar o Tempo das Coisas

Na postagem de ontem relatei sobre o efeito da ansiedade a respeito de uma determinada questão que precisava resolver e o quanto me senti mal e afetada em relação a este assunto.

Pois hoje a questão foi resolvida! Recebi a resposta que estava aguardando já a alguns dias. Ufa! O meu alívio foi imediato! Me conforta relembrar que percebi os efeitos da ansiedade antes dela acabar com o resto do meu dia. 

Este assunto me fez refletir sobre compreender e aceitar o tempo das coisas, por mais que elas (aparentemente/ou não) demorem a acontecer. Como muitas vezes é difícil aceitar que seja dessa forma, que não basta o esforço e empenho pessoal para que certas coisas aconteçam. 

Aceitar o tempo das coisas é não permitir que a ansiedade habite minha mente, causando em meu corpo sensações ruins, coração acelerado, pensamentos recorrentes e inquietos.

A vida me traz inúmeras oportunidades de refletir e aprender sobre isso, mas sei como sou, esqueço algumas coisas  pelas quais já passei e elas retornam pra me ajudar a relembrar como funcionam. 

O tempo das coisas não é o meu tempo! E hoje sinto-me aliviada pela minha questão estar se encaminhando para ser solucionada. E acredito que esse aprendizado vai permanecer: lembrar que a vida tem seu fluxo próprio e não adianta eu querer dar aquele empurrãozinho. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Quando a ansiedade vem (e não bate à porta)

Desde o momento em que me levantei da cama hoje, me senti estranha... Estou aguardando uma resposta (há dias) sobre uma questão que preciso resolver. Então hoje, eu teria um parecer acerca do assunto.

Acordei, alimentei meus gatos, tomei meu café da manhã, olhei a hora no celular, cuidei de algumas coisas em casa, olhei a hora no celular, resolvi alguns pagamentos pela internet, olhei a hora no celular, (...) Quando me dei conta já era hora do almoço. Tratei de fazer uma comida rápida como que já tinha pronto, lavei a louça suja, alimentei novamente os gatos, olhei a hora no celular... e nada de receber uma resposta do assunto que estou esperando.

Resolvi ligar para me certificar que receberam os arquivos que enviara dias antes. "Sim, tudo certo! Até o final do dia entraremos em contato." 

Beleza! O assunto já estava sendo encaminhado e logo eu teria uma resposta. Arrumei algumas coisas em casa enquanto aguardava. E as horas passando... Comecei a sentir uma agonia tremenda! Um pensamento repetitivo que me martelava desde a hora que o dia amanheceu e que, até então, estava aparentemente adormecido.

Mas não! A agonia se espalhou pelo meu corpo, aí não consegui me concentrar em mais nada. Comecei a beliscar coisas na cozinha, comendo sem parar. Olhava o celular incessantemente e nada dele chamar. E as horas passando. 

Aí me dei conta do que estava sentindo e pensei: "O que estou fazendo comigo, me sentindo dessa forma, com essa agonia esquisita?!" Comecei a prestar atenção na minha respiração, respirando profundamente... Larguei o que estava fazendo no computador e fui molhar as plantas. 

Enquanto eu molhava as plantas e observava a água caindo na terra comecei a perceber que ali não havia mais espaço para a ansiedade. O pensamento acelerado deu lugar a observação das plantas se balançando ao contato do vento. Andei descalça pela grama e senti o seu toque macio nos meus pés. E a calma tomou conta de mim.

Quando concluí minha tarefa, estava me sentindo muito bem. Sem perceber, eu havia deixado que a ansiedade tomasse conta de mim desde cedo, ela entrou sem avisar, sem nem bater à porta. Mas é dessa forma que ela chega, né? Basta encontrar uma frestinha de distração na mente. 

O dia que cabe dentro de um horário comercial acabou e em relação ao assunto que precisava resolver hoje, não obtive resposta. Mas agora me sinto mais tranquila para encontrar outros meios de solucioná-lo. Já tenho uma questão para resolver e deixar que ela se cubra pela ansiedade não vai me ajudar muito.

Cheguei à conclusão que preciso ficar alerta para perceber os sinais da ansiedade logo que eles despontarem. Os sinais estão no corpo e na mente acelerada, pensamentos repetitivos que não cessam. 

Apesar de ter ocupado boa parte do meu dia com essa sensação ruim que a ansiedade causa, já me sinto mais tranquila. Sou uma pessoa impetuosa, não gosto de protelar coisas importantes que precisam ser resolvidas. Tenho a tendência de pegar tudo e resolver logo o que está ao meu alcance. Mas certas coisas têm seu próprio tempo e dependem de terceiros. Esse tipo de situação me gera um grande desgaste de energia.

Amanhã é um novo dia... terei a oportunidade de buscar outros meios de resolver o que preciso. 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Sobre a Fé

Em tempos de incerteza de que rumos a vida vai tomar, a FÉ é minha maior aliada. 

O que é a fé? É acreditar e confiar no que não se vê, nem se pode tocar. Ela apenas pode ser sentida no corpo todo. 

Não me refiro aqui a religião, independente disso. A fé é maior que qualquer dogma. 

Acreditar e confiar que em quaisquer que sejam as circunstâncias, o que vem pra mim é o melhor que necessito no momento pelo qual esteja passando é exercer minha fé. Eu creio nisso e aprendi a aceitar as situações sem resistência. Isso não significa que eu fique apática perante a vida, não é isso. O que cabe a mim fazer, o que está ao meu alcance e em minhas mãos, eu resolvo e faço. Mas há determinados contextos que simplesmente fogem do meu alcance. Nessas horas a fé fala mais alto!

Sinto que ela está aqui dentro de mim, sendo posta a prova nas mais diversas situações em que me percebo enfraquecer, desanimar. Surge como uma pequena pontinha de luz acesa dizendo internamente pra mim: "Ei, psiu! Isso também vai passar! Confie!" 

Tenho confiado sim, apesar de às vezes a incerteza querer me impor que ela é quem manda. Meu momento de vida atual exige que eu não recue, muito menos que eu desacredite que "isso também vai passar". 

"A fé é a consciência de que sempre recebemos tudo o que desejamos e de que precisamos." (James Van Praagh - Em Busca da Espiritualidade)

"A lei da vida é a lei da fé. Uma fé é um pensamento em sua mente. Não creia em coisas que o prejudiquem ou molestem. Creia no poder do seu subconsciente para curá-lo, inspirá-lo, fortalecê-lo e fazer com que prospere. E isso ocorrerá segundo a sua fé." (Joseph Murphy - O Poder do Subconsciente)

Andar com fé, eu vou... 

sábado, 29 de agosto de 2020

Um Presente Especial

Hoje ganhei um presente. Sim, um presente especial.

Final de tarde, estava eu sentada no sofá da sala com o tablet na mão depois de ter jogado algumas partidas do meu jogo favorito. De repente meu gato entrou pela porta da sala com alguma coisa na boca se mexendo e colocou no chão, perto dos meus pés. 

A coisa que ele trouxe saiu correndo desesperadamente pela sala, passando por cima dos meus pés. Então eu pude ver o que era: uma lagartixa de muro (alguns chamam também de calango). Era das grandes! Não deu muito tempo de agir, foi aquele alvoroço pela casa. Enquanto isso, minha outra gata sem compreender muito bem o que estava acontecendo começou a correr também atrás do meu presente. 

Rapidamente meu gato (que por sinal se chama Eros, mas passei a chamá-lo de Pupi) pegou novamente meu presente com a boca e correu para o quintal. Fui atrás dele na tentativa de fazê-lo largar a lagartixa. Adoro lagartixas e fiquei com muita pena da coitadinha naquela situação desesperadora.

Consegui fazer com que ele soltasse a lagartixa. Ela ficou escondida embaixo da grama ao mesmo tempo em que ele a monitorava atentamente com o olhar. Rapidamente corri até a cozinha e peguei uma sacolinha plástica que serviria para cobrir minha mão enquanto eu a retirasse da grama e a colocasse em um local seguro, longe das garras do meu predador felino. 

Peguei a lagartixa e levei até o muro. Pude sentir o tamanho do seu desespero enquanto a segurava. A deixei lá segura... quando virei as costas ouvi um barulhinho: "ploft!" A lagartixa caiu do muro e sumiu por entre as folhas secas do chão. 

Por um momento tentei encontrá-la, olhei por toda a volta - em vão. Ela havia desaparecido! Meus gatos olhavam para mim durante toda a operação. O que será que eles estavam pensando? rss

Desencanei da situação ocorrida e ainda com a adrenalina alta vim para dentro de casa cuidar dos meus afazeres. Passadas algumas horas pensei em olhar meus gatos pela janela do quarto em que eu estava. Costumo interagir muito com os dois ao longo do dia. Quando olhei pela janela percebi  Pupi deitadinho e muito concentrado em alguma coisa que estava embaixo dele. 

Corri até o quintal para ver o que era e quando cheguei lá qual foi minha surpresa - estava ele novamente tomando conta da lagartixa! Chamei pelo seu nome, ele se levantou e veio até mim. E na primeira oportunidade a lagartixa espertamente saiu em disparada e desapareceu por entre o gramado! 


Ufa! Espero que dessa vez ela esteja bem!

PS: Uma curiosidade sobre os gatos - eles trazem as caças como presente para os donos. Confira um artigo sobre esse assunto neste link aqui

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O Caso da Vagem Errada

Dia desses fui ao supermercado e na sessão de hortifruti aproveitei para comprar vagens, eu adoro! Aí logo vi a bandeja com as vagens verdinhas e pensei: "Oba, tem da vagem que eu gosto!". Peguei as vagens e trouxe para casa.

Preparei metade da embalagem para o almoço. Gosto de fazer tostadinhas na frigideira com um pouco de azeite, sal e pimenta do reino. Na hora de comer descobri que não era a vagem que gosto, era similar. Costumo comprar a vagem francesa, o verde dela é mais escuro e são bem fininhas. Essa era parecida na forma, mas diferente no sabor. E na embalagem (que não li quando comprei), estava escrito: vagens finas. 

Ainda tinha metade de uma embalagem na geladeira. Não consegui comer as vagens do jeito que gosto, ela é muito fibrosa, mesmo retirando aquela tirinha que ela tem nas laterais. Aí tive a ideia de transformar as vagens em bolinhos. E não é que deu muito certo? Fiz tudo no olhômetro, sem receita, mas ficaram bem saborosos.

BOLINHOS DE VAGEM

  • Primeiro higienizei as vagens, tirei as pontas e a parte fibrosa. Depois cortei em pedaços pequenos e coloquei para ferver com sal. Deixei cozinhando por alguns minutos e fui experimentando para conferir se estavam macias.
  • Enquanto as vagens cozinhavam preparei uma mistura com 2 ovos, 2 colheres de sopa de farinha de trigo, 1 colher de chá de fermento em pó, um pouco de sal e pimenta do reino. Misturei bem todos os ingredientes e ficou uma massa bem homogênea.

  • Depois escorri a água da vagem e misturei na massa. 

  • Com a massa pronta, fritei com um pouco de óleo. Peguei a massa com a colher e fui despejando no óleo quente (não precisa ser muito óleo, um pouco já é suficiente para fritar os bolinhos).


Ficaram deliciosos e foi uma forma de aproveitar as vagens que ficariam muitos dias na geladeira. 


Depois montei meu pê-efe com feijão, arroz branco e bolinhos de vagem. 

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Das Pequenas Saudades

Já estamos há muito tempo em casa e hoje estava aqui pensando sobre a última vez que saí pra me divertir (e não apenar ir ao supermercado... rs).

Uma das coisas que gosto muito de fazer sozinha no Rio é caminhar pelo Centro. O Centro reúne museus, feirinhas, sebos, além da própria arquitetura que acho lindíssima (apesar de muitas delas estarem deterioradas pelo tempo ou por falta de cuidados mesmo).

Minha última ida ao Centro do Rio (antes do isolamento social), foi logo após o carnaval. Fui ao CCBB prestigiar a exposição recém inaugurada "Ivan Serpa: A Expressão do Concreto"Neste link aqui, do Google Arts & Culture, dá para acompanhar todo o trajeto da exposição. Vale a pena dar uma olhada. Gostei bastante da exposição, a última galeria foi a que mais me chamou a atenção pela combinação de cores das pinturas, todas muito vibrantes e alegres.

Montagem com fotos tiradas de frases significativas ao longo da exposição.
Selfie em frente ao pátio do prédio da Casa França Brasil.

Pois bem, tenho sentido muita falta de fazer esses meus pequenos passeios pelo Centro. Hoje especialmente senti uma saudade danada dessa minha antiga rotina. Meus entretenimentos atuais se limitam a leitura de livros, assistir séries, jogar June's Journey (rs esse jogo é muito bom).

Logo que for possível e seguro desejo retomar meus passeios pelo Centro da cidade. Muitas coisas necessitam ser organizadas na minha vida pessoal ainda para isso poder acontecer. 

Enquanto isso, eu alimento minhas saudades olhando fotos antigas no Google Fotos. 

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Sobre Viver

Viver o ano de 2020 está tendo um significado diferente. O ano está passando de uma forma tão estranhamente opaca que mal consigo acompanhar.

Aconteceu de um tudo desde o início da quarentena que eu paro e penso: "_Mas gente, jamais imaginaria esse enredo para minha vida em pleno mês de agosto!"

Pois então, me lembro com tanta clareza da última sexta-feira "normal" antes de tudo isso começar. Olha bem esse dia da semana: 13 de março! Sim, era uma sexta-feira 13!

Já era noite e eu estava na UERJ, primeira semana de aula ainda (pois é, estou concluindo uma segunda graduação), procurando a sala que teria minha segunda aula do dia, iria conhecer meu novo professor de Economia e Educação. Nesse momento meu whatsapp estava um alvoroço só, inúmeras mensagens chegando nos vários grupos de trabalho e estudo. O governo estadual havia acabado de decretar o início do isolamento social, que até então duraria 15 dias. 

Encontrei o professor de Economia no corredor do 12º andar, sentado e sozinho. O zelador do andar me informou que era o professor que eu procurava, até então eu não o conhecia. Me apresentei, trocamos meia dúzia de palavras e ele me mandou ir pra casa pois não teria mais aula naquele dia. Pois bem, desde esse dia estou em casa... 

Enquanto ia pra casa eu só pensava uma coisa: "Meu deus, vamos ficar 15 dias em casa. Acabamos de voltar do carnaval. Minha turma de bebês do maternal já está se adaptando e esses dias longe vai desandar todo o meu trabalho...". Juro que fui pra casa desolada, de verdade. Sou professora do segmento da Educação Infantil e estava com uma turma de bebês de 1 ano e 6 meses em adaptação. 

A minha inocência diante da situação foi tão surreal, que eu não tinha a menor dimensão do que se passava. Para mim seria uma pequena pausa que atrasaria minha rotina. E de fato atrasou tudo mesmo, mas a pausa não foi nada pequena. 

A situação é que no decorrer dos meses, trabalhei por um período remotamente produzindo materiais para disponibilizar on-line para os pequenos. Final de maio fui desligada do meu emprego, assim como tantos outros profissionais também estão passando por situação parecida.

Estamos vivendo uma experiência muito difícil. Mas apesar da perda do emprego, agradeço por estar fisicamente bem e com saúde para continuar minha jornada por aqui. A saúde emocional ficou abalada nesse meio tempo. É andar na corda bamba para driblar os mais diversos sentimentos que tenho experimentado durante esses cinco meses. A incerteza do que vem pela frente até assusta, mas nesse momento eu venho tentando dia-a-dia praticar minha fé e ela está posta em xeque. 

Estou sem trabalhar desde o início de junho e é uma sensação estranha não ter minha rotina mais como era antes. Nesse meio tempo tenho me preocupado em manter a minha sanidade. Estou lendo mais que o normal, cozinhando e experimentando novas receitas, jogando, fazendo artesanatos diversos, brincando muito com meus dois felinos lindos, cuidando de plantas e observando a vida com um olhar mais calmo, sem pressa... 

Tem momentos que sinto minha mente me julgando "como você pode ficar assim, sem fazer 'nada', precisa fazer tal coisa, tem que resolver e blá blá blá...". É difícil silenciar uma mente turbulenta. É um exercício diário. Mas quando percebo os barulhos dela tento me acalmar.

E vou vivendo os dias, aguardando o momento de voltar às minhas atividades. A saudade aperta e dói, mas vou vivendo, sobrevivendo...

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Primeiras Palavras

Aqui estou eu iniciando mais um projeto! Mais um blog para a lista - Sim!!!

Faz muitos anos que me excluí da rede de blogs (pensando aqui, acho que excluí meu último blog no ano de 2009). Há poucos dias desse mês de agosto senti um grande desejo de voltar a escrever em um blog (será que é efeito da quarentena prolongada? Talvez...). Me veio uma nostalgia de uns tempos remotos da internet, quando surgiram os blogs, lá pelo início dos anos dois mil. Pois é, já se passaram vinte anos desde então. 

Já escrevi blog diário, já tive blogs sobre Educação Infantil (minha área de atuação profissional), mas todos foram para o beleléu. Não tive paciência para manter nenhum deles, sempre começando e depois de uns poucos anos, cansava e excluía.

E como falei anteriormente, senti uma nostalgia a respeito do assunto. Vieram tantas memórias boas me visitar, que resolvi voltar a escrever num diário on-line. Escrever em diários é um hábito que ainda cultivo (quero dizer diários físicos em caderninhos, uma coisa que eu amo).

Escrever é um ato libertador! Não importa sobre qual tema seja, quando a escrita materializa o que o pensamento muitas vezes berra na nossa mente, é uma verdadeira terapia. É assim que me sinto. Escrever organiza os pensamentos. 

Outra coisa que me ocorreu também sobre esse universo on-line diz respeito às demais redes sociais. Me desinteressei de todas elas - primeiro foi o Facebook (excluí minha conta definitivamente em 2013). Depois passaram-se uns anos e fui me aventurar no Instagram. Fiz uma conta apenas para fotografia de natureza. Daí parti para uma conta pessoal e foi aí que tudo desandou novamente. Perdi o interesse na forma como funciona tal rede e me excluí. Não fazia mais sentido para mim. 

Acredito que o blog é uma ferramenta diferente dentre as opções de redes sociais. Cheguei a pensar que ele havia deixado de existir na forma como era nos anos 2000. Sem dúvida a utilização hoje é muito mais acessível, pois os recursos de customização facilitam o uso para pessoas leigas em programação como eu. Mas me surpreendi que ainda existem muitos blogs pessoais ativos. Nem todos se renderam apenas às tentações das redes sociais da moda. 

Hoje não sou a mesma pessoa de anos atrás. Meus interesses mudaram, minha vida mudou, as pessoas com as quais convivo não são mais as mesmas... Essa é a beleza da vida: "tudo muda o tempo todo no mundo"

Este será uma espaço livre para minhas ideias, sem rotular assuntos ou temas específicos para abordar. Me sinto feliz em estar por aqui novamente.