domingo, 27 de setembro de 2020

O Dilema Das Redes


Já faz alguns dias que a Netflix disponibilizou em seu catálogo o documentário "O dilema das redes" e hoje consegui parar para assistir. 

Era exatamente o que eu esperava, nenhuma surpresa. Os especialistas entrevistados mostram os impactos negativos que as redes sociais têm causado nos últimos tempos, não apenas de forma individual, como de maneira global, afetando inclusive a democracia. 

De um modo bem didático (eu diria), explica detalhadamente como os algoritmos atuam, como é simples o usuário entrar numa bolha e ser facilmente manipulado pelo sistema. É assustador!

Na minha concepção todos deveriam assistir para assim, compreenderem o funcionamento dessa máquina que cada dia mais enriquece às nossas custas, os usuários.

"Se o produto for de graça, você é que é o produto."

Essa frase é mencionada no decorrer do documentário e vale para uma reflexão: quanto tempo desperdiço nas redes sociais? O que é um desejo genuinamente meu ou implantado por um anúncio? Sabemos que nada é de graça! Quando aceitamos os termos de uso de um determinado produto/aplicativo, em troca damos nossos dados. E nossos dados são valiosíssimos para essa galera! 

Me lembro quando comecei a me sentir incomodada com as redes sociais. Logo após a decadência do Orkut, o Facebook chegou bombando! Tive uma conta até o ano de 2013 e a partir daí resolvi excluir. Não fazia mais sentido pra mim. Tempos depois criei uma conta no Instagram, me forcei a permanecer, mas logo bateu o desânimo e excluí novamente.

A superficialidade dessas redes e a forma como funcionam não me atendem. Sinto um incômodo gigante nessa coisa de curtir mil fotos de forma rasa, e pessoas passando, na maioria das vezes, imagens irreais de vidas "perfeitas". Não curto influenciadores digitais, nem compreendo como as pessoas cultuam esse tipo de coisa. Mas não quero me aprofundar sobre esse assunto aqui. 

Voltando ao documentário, já no final os especialistas dão dicas bem válidas de como minimizar as interferências das redes. Uma que sempre faço é retirar as notificações dos aplicativos. Ser notificada de cada coisa que acontece em meu smartphone é enlouquecedor! Sinceramente eu não dou conta! 

Atualmente eu mantenho poucos aplicativos no meu telefone, fiz uma limpa daquelas que me deixou bem leve. Venho praticando o minimalismo e é libertador! 

Em relação às redes é sempre bom repensar a forma como as utilizamos. Consegue perceber que está sendo manipulado/induzido a consumir produtos ou agir/pensar de determinado modo? Investiga fontes confiáveis para não ser enganado por fake news?  

Importante nos atentarmos para essas questões e adotar atitudes que minimizem impactos. A situação já está aí na nossa cara e o mundo parece estar de cabeça para baixo. 

domingo, 13 de setembro de 2020

Vento Ventania

Há mais de dois meses estou na cidade de Cabo Frio, não tenho saído para apreciar as belíssimas praias que tem aqui (por motivos óbvios). Ainda não havia passado tanto tempo assim aqui antes, sempre vinha para um feriado, um fim de semana. Geralmente no final ou início do ano, ficando poucos dias.

Mas vivenciando aqui por esse tempo prolongado estou podendo conhecer melhor a cidade. O clima por aqui é sempre agradável, mas conheci outro lado bastante assombroso para o meu gosto: aqui venta muito! Não é um ventinho leve não, são ventos fortíssimos! 

Pelas minhas contas faz uns cinco ou seis dias que têm ventado direto, eu digo durante o dia inteiro! Não cessa de jeito nenhum. Durante essa semana fiquei sem energia em casa por duas vezes, devido a ventania. Foi preciso ligar para a Enel para resolverem a ocorrência.

Agora enquanto escrevo ouço o assovio do vento pelas frestinhas da janela, parece alguém sussurrando. Uma das coisas que gosto da ventania é que a roupa no varal seca muito rápido. Mas em contrapartida eu preciso desenrolar cada um delas que fica toda enroscada na corda. Seria até engraçado se não desse um trabalho danado para tirá-las, principalmente os lençóis e cobertores. 

O que mais me incomoda é que as portas e janelas ficam batendo com a força do vendaval, não adianta colocar pesos para segurar. A solução é deixar tudo fechado mesmo. 

Dia desses estava com meus gatos no quintal apreciando a companhia deles e pegando um pouco de sol. Tivemos que sair correndo para dentro de casa por causa da ventania, até eles se assustaram. 

Nisso me lembrei de uma música chamada "Vento ventania", do Biquini Cavadão. Eu sou um pouco parecida com o Bob, do desenho "O Fantástico Mundo de Bob". Sempre faço desenhos em minha cabeça de alguma situação que esteja acontecendo ou então relaciono coisas com música. Às vezes a pessoa fala qualquer coisa, aí penso em uma música e fico cantarolando mentalmente... É uma maluquice, minha mente tem um lado lúdico muito aflorado. Confesso que algumas coisas que se desenham são bem ao pé da letra mesmo... rssss O próprio Bob em seu fantástico mundo.  

Gosto muito dessa música, é gostosa de cantar (daquelas que são boas de cantar junto com o volume alto). Ela foi lançada na década de 90 e fez muito sucesso na época. E o Biquini Cavadão é uma banda que ainda costumo ouvir, tem músicas bem agradáveis. Eu sou nostálgica com essa galera dos anos 80 e 90, gosto mesmo! 

Mas enfim, sei que no final das contas a ventania me inspirou a fazer um desenho baseado na música do Biquini. Gosto de desenhar quando sinto vontade. Não são desenhos elaborados, são traços bem simples e até infantis. Mas é desse jeito que eu gosto. Desenhar, assim como escrever, funcionam como terapia para mim. É um processo relaxante e prazeroso. 


Imagina como seria sair por aí feito folhas soltas, voando sem instrumentos ao sabor dos ventos... apenas se deixando levar livres, leves e soltos. Ahhh, minha imaginação do fantástico mundo de Bob já imaginou. 
Vento, ventania... me leve sem destino.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Um Funeral Improvisado

O despertador toca às seis horas da manhã. Me levanto e vou colocar a ração dos gatos. Abro a porta para eles irem para o quintal e em seguida volto para a cama para dormir um pouco mais. Todos os dias é assim que começa o dia. Costumo me levantar definitivamente às sete e meia ou oito horas.

Pois bem que hoje meu restinho de sono antes de me levantar definitivamente foi interrompido por sons de miados agudos incessantes. Levantei meio atordoada, tentando localizar de onde vinham os sons. 

Abri a porta do quarto e me deparei com minha gata Julieta no meio do corredor. Ao me aproximar, ela se afastou em direção a outro cômodo, como se me chamasse para acompanhá-la. 

A cena que vi em seguida me abalou. Ela havia feito uma caçada matinal e trouxe para mim de presente. Meu coração apertou e me veio uma vontade de chorar... não de emoção, mas de tristeza. Ela havia caçado um inocente pardalzinho. 

Apanhei o pardalzinho do chão e verifiquei se ainda respirava, infelizmente não... A esta altura ele já havia falecido. 

Me senti desolada pelo presente que acabara de ganhar. Mas Julieta demonstrava estar feliz por me presentear assim tão cedo, nas primeiras horas da manhã. Hoje não consegui salvar o pequeno passarinho, como aconteceu outro dia em que salvei a lagartixa que Eros me presenteou. Me senti triste com o que aconteceu.

Logo tratei de levar o pardalzinho até o quintal e encontrei um lugar seguro para enterrar seu pequeno e frágil corpinho. Fiz um curto funeral improvisado e o cobri com florzinhas que estavam caídas no chão. 



Penso que minha gata Julieta sentiu que a minha reação ao ver o presente não foi nada alegre. No restante do dia ela passou o maior tempo perto de mim, talvez o seu gesto queria dizer alguma coisa. 

Na semana passada ela me trouxe um pequeno grilo, que tinha uma perna faltando, mas estava vivo quando o peguei. Depois o soltei nas plantas longe do alcance dela. 

Meus gatos viviam presos em apartamento durante muito tempo e agora estão aproveitando muito o espaçoso quintal de uma casa. Compreendo que caçar é da natureza instintiva do felino, mas confesso que não aguento ver quando eles conseguem alcançar suas presas. Jamais imaginei que Julieta conseguiria pegar um pássaro, pois ela está fora de forma, está fazendo dieta e seus movimentos são lentos na maior parte do tempo.

A partir de hoje desejo ficar mais atenta ao que eles andam pegando no quintal. Não vou aguentar ver mais um passarinho sem vida e ainda por cima ofertado a mim.

domingo, 6 de setembro de 2020

Eu Só Queria Entender

Hoje estava ouvindo umas playlists sugeridas pelo Spotfy e aí tocou essa música chamada "Eu só queria entender", do Frejat (gosto muito!). Viajei no tempo pois fazia anos que tinha ouvido essa música.

Nisso me lembrei que na época em que ele lançou esse cd (em 2008), eu fiz um desenho inspirado numa frase dessa música. Remexi meu hd e encontrei o desenho salvo numa pastinha de desenhos. Ahh que boa recordação!



A letra ainda é bem pertinente mesmo doze anos após ser lançada.

"Ah, será que ninguém percebeu
que estamos girando no mesmo lugar?
Regredindo no tempo sem saber aonde nós vamos chegar?
Maltratando a Mãe-Natureza, esse imenso altar?
Impondo a miséria no mundo em nome de um tal "bem estar"?
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que um dia uma estrela-guia virá pra mostrar o nosso papel:
Que a vida é uma linha fininha e o homem é o seu carretel?
Eu só queria entender o porquê
Eu só queria entender o porquê
Ah, será que o sentido da vida é viver o prazer de ostentar o poder?
E depois, ao final, quando tudo acabar, o que vamos fazer?
Eu espero que o homem perceba que assim está se matando
Acabando com o mundo, sem ter, nem porque, é a razão de um insano
Eu só queria entender o porquê de viver
Eu só queria entender o porquê pra viver
Eu só queria entender o porquê pra dizer
Eu só queria entender o porquê"

Ah Frejat, tem tantas coisas que eu também só queria entender... A fragilidade dessa linha fininha que é a vida, está aí bem exposta em nossa cara. Mas o que eu percebo é que tem tantos que não estão nem aí. E daí, né? Já ouvimos isso antes.

Estou passando uma temporada em Cabo Frio (por tempo indeterminado e por motivos de força maior desde que perdi meu emprego por conta da pandemia). Oficialmente eu moro no Rio. Pois bem, estou por essas bandas de cá há mais de dois meses. Estou cumprindo o isolamento social e saio apenas para o estritamente necessário! Ontem foi uma dia necessário em que precisava ir até a farmácia e ao mercado. Optei por ir no shopping que fica muito próximo da minha residência., cerca de 10 minutos de caminhada e conseguiria resolver tudo no mesmo lugar.

Peguei minha máscara e demais itens necessários e fui. No caminho até me assustei com a quantidade de pessoas na orla da lagoa festejando nos quiosques. De verdade, tomei um baita de um susto! Passei pelo outro lado da calçada,  pois a aglomeração era enorme! Gente, as pessoas estão festejando sem se preocupar com a própria saúde. Eu não consigo entender... 

No shopping a situação não era tão diferente. Só pode entrar usando máscaras: ok! Tem que medir a temperatura corporal: ok! Aí você entra e se depara com um monte de gente se alimentando sem máscara, óbvio! Gente, compra seu quitute e vai comer em casa! Não é possível! De que adianta então tantos cuidados para entrar e lá dentro está assim? Tratei de resolver minhas pendências e vim correndo pra casa.

Ainda não me sinto preparada e segura para encarar o mundo e as pessoas. Me sinto um ET quando preciso sair. 

Estou fazendo a minha parte, continuo em isolamento enquanto for necessário. Se expor à toa dessa forma, não faz sentido pra mim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Aceitar o Tempo das Coisas

Na postagem de ontem relatei sobre o efeito da ansiedade a respeito de uma determinada questão que precisava resolver e o quanto me senti mal e afetada em relação a este assunto.

Pois hoje a questão foi resolvida! Recebi a resposta que estava aguardando já a alguns dias. Ufa! O meu alívio foi imediato! Me conforta relembrar que percebi os efeitos da ansiedade antes dela acabar com o resto do meu dia. 

Este assunto me fez refletir sobre compreender e aceitar o tempo das coisas, por mais que elas (aparentemente/ou não) demorem a acontecer. Como muitas vezes é difícil aceitar que seja dessa forma, que não basta o esforço e empenho pessoal para que certas coisas aconteçam. 

Aceitar o tempo das coisas é não permitir que a ansiedade habite minha mente, causando em meu corpo sensações ruins, coração acelerado, pensamentos recorrentes e inquietos.

A vida me traz inúmeras oportunidades de refletir e aprender sobre isso, mas sei como sou, esqueço algumas coisas  pelas quais já passei e elas retornam pra me ajudar a relembrar como funcionam. 

O tempo das coisas não é o meu tempo! E hoje sinto-me aliviada pela minha questão estar se encaminhando para ser solucionada. E acredito que esse aprendizado vai permanecer: lembrar que a vida tem seu fluxo próprio e não adianta eu querer dar aquele empurrãozinho. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Quando a ansiedade vem (e não bate à porta)

Desde o momento em que me levantei da cama hoje, me senti estranha... Estou aguardando uma resposta (há dias) sobre uma questão que preciso resolver. Então hoje, eu teria um parecer acerca do assunto.

Acordei, alimentei meus gatos, tomei meu café da manhã, olhei a hora no celular, cuidei de algumas coisas em casa, olhei a hora no celular, resolvi alguns pagamentos pela internet, olhei a hora no celular, (...) Quando me dei conta já era hora do almoço. Tratei de fazer uma comida rápida como que já tinha pronto, lavei a louça suja, alimentei novamente os gatos, olhei a hora no celular... e nada de receber uma resposta do assunto que estou esperando.

Resolvi ligar para me certificar que receberam os arquivos que enviara dias antes. "Sim, tudo certo! Até o final do dia entraremos em contato." 

Beleza! O assunto já estava sendo encaminhado e logo eu teria uma resposta. Arrumei algumas coisas em casa enquanto aguardava. E as horas passando... Comecei a sentir uma agonia tremenda! Um pensamento repetitivo que me martelava desde a hora que o dia amanheceu e que, até então, estava aparentemente adormecido.

Mas não! A agonia se espalhou pelo meu corpo, aí não consegui me concentrar em mais nada. Comecei a beliscar coisas na cozinha, comendo sem parar. Olhava o celular incessantemente e nada dele chamar. E as horas passando. 

Aí me dei conta do que estava sentindo e pensei: "O que estou fazendo comigo, me sentindo dessa forma, com essa agonia esquisita?!" Comecei a prestar atenção na minha respiração, respirando profundamente... Larguei o que estava fazendo no computador e fui molhar as plantas. 

Enquanto eu molhava as plantas e observava a água caindo na terra comecei a perceber que ali não havia mais espaço para a ansiedade. O pensamento acelerado deu lugar a observação das plantas se balançando ao contato do vento. Andei descalça pela grama e senti o seu toque macio nos meus pés. E a calma tomou conta de mim.

Quando concluí minha tarefa, estava me sentindo muito bem. Sem perceber, eu havia deixado que a ansiedade tomasse conta de mim desde cedo, ela entrou sem avisar, sem nem bater à porta. Mas é dessa forma que ela chega, né? Basta encontrar uma frestinha de distração na mente. 

O dia que cabe dentro de um horário comercial acabou e em relação ao assunto que precisava resolver hoje, não obtive resposta. Mas agora me sinto mais tranquila para encontrar outros meios de solucioná-lo. Já tenho uma questão para resolver e deixar que ela se cubra pela ansiedade não vai me ajudar muito.

Cheguei à conclusão que preciso ficar alerta para perceber os sinais da ansiedade logo que eles despontarem. Os sinais estão no corpo e na mente acelerada, pensamentos repetitivos que não cessam. 

Apesar de ter ocupado boa parte do meu dia com essa sensação ruim que a ansiedade causa, já me sinto mais tranquila. Sou uma pessoa impetuosa, não gosto de protelar coisas importantes que precisam ser resolvidas. Tenho a tendência de pegar tudo e resolver logo o que está ao meu alcance. Mas certas coisas têm seu próprio tempo e dependem de terceiros. Esse tipo de situação me gera um grande desgaste de energia.

Amanhã é um novo dia... terei a oportunidade de buscar outros meios de resolver o que preciso. 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Sobre a Fé

Em tempos de incerteza de que rumos a vida vai tomar, a FÉ é minha maior aliada. 

O que é a fé? É acreditar e confiar no que não se vê, nem se pode tocar. Ela apenas pode ser sentida no corpo todo. 

Não me refiro aqui a religião, independente disso. A fé é maior que qualquer dogma. 

Acreditar e confiar que em quaisquer que sejam as circunstâncias, o que vem pra mim é o melhor que necessito no momento pelo qual esteja passando é exercer minha fé. Eu creio nisso e aprendi a aceitar as situações sem resistência. Isso não significa que eu fique apática perante a vida, não é isso. O que cabe a mim fazer, o que está ao meu alcance e em minhas mãos, eu resolvo e faço. Mas há determinados contextos que simplesmente fogem do meu alcance. Nessas horas a fé fala mais alto!

Sinto que ela está aqui dentro de mim, sendo posta a prova nas mais diversas situações em que me percebo enfraquecer, desanimar. Surge como uma pequena pontinha de luz acesa dizendo internamente pra mim: "Ei, psiu! Isso também vai passar! Confie!" 

Tenho confiado sim, apesar de às vezes a incerteza querer me impor que ela é quem manda. Meu momento de vida atual exige que eu não recue, muito menos que eu desacredite que "isso também vai passar". 

"A fé é a consciência de que sempre recebemos tudo o que desejamos e de que precisamos." (James Van Praagh - Em Busca da Espiritualidade)

"A lei da vida é a lei da fé. Uma fé é um pensamento em sua mente. Não creia em coisas que o prejudiquem ou molestem. Creia no poder do seu subconsciente para curá-lo, inspirá-lo, fortalecê-lo e fazer com que prospere. E isso ocorrerá segundo a sua fé." (Joseph Murphy - O Poder do Subconsciente)

Andar com fé, eu vou...