Tenho observado que meu nível de ansiedade aumentou muito no último ano. Acredito que as circunstâncias ocasionadas pela pandemia agravou esse quadro. Nunca recebi um diagnóstico a respeito da ansiedade, mas já consigo perceber quando saio do meu estado natural para um estado de maior inquietude. A sensação é de que um turbilhão de emoções explode internamente e provoca vontades excessivas.
A vontade excessiva que mais me incomoda é que me leva a comer sem parar. Não é um estado de fome, é uma vontade estranha de comer o que tiver pela frente para preencher algum vazio que não sei o que é exatamente. Mas a consequência de comer descontroladamente é aumentar o meu peso, o que já aconteceu nesse período de pandemia.
Outras vezes percebo também a ansiedade que me tira completamente a vontade de me alimentar, é como se eu ficasse enjoada e recusasse qualquer alimento. Aí se encontra o desequilíbrio: ou é demais e é de menos, oito ou oitenta...
Então nos últimos dois meses comecei a canalizar a ansiedade para outros focos. Sempre gostei muito de trabalhos manuais de diversos tipos e fotografia. Meus hobbies estavam largados lá no fundo de uma gaveta da minha consciência.
Me automediquei com arteterapia! E essa estratégia vem me ajudando muito a retomar minha concentração que vinha sendo prejudicada pela ansiedade. Colocar as mãos inquietas na massa e realizar trabalhos manuais ajuda muito a relaxar a mente pensante, estimula a criatividade e auxilia no desenvolvimento da autoconfiança.
Ainda estou sem trabalhar e esse episódio afetou muito minha autoestima. Não retomar meu lugar no mercado de trabalho vem mexendo com minha cabeça. Tenho muitos aspectos pessoais para reorganizar e a maioria depende de voltar a trabalhar. Estou confiante que em breve vou conseguir retornar ao mercado e a vida vai reencontrar seu eixo. Por isso a importância dos hobbies artísticos no auxílio do controle da ansiedade.
Tirei a poeira da minha câmera e voltei a fotografar pelo quintal mesmo, costumo fotografar a natureza de um modo geral. A fotografia me acalma e me relaxa. Gosto de fotografar meus gatos, os passarinhos, as borboletas, os besouros, as flores, as plantas, o céu! Acho tudo lindo!
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Beija-flor alimentando filhote. |
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Broto de carambola. |
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Flor de mato. |
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Flor de pitanga. |
Peguei minha caixa de retalhos, agulhas e linhas e comecei a costurar à mão. Não sei fazer nada extraordinário, mas o simples fato de ver os pequenos pedaços de tecido ganhando forma dá uma alegria no coração. Estou planejando fazer capas de almofadas, mas ainda não estão prontas.
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Tecidos sendo costurados para se transformar em capas de almofadas. |
Voltei a ter contato com minhas pastas de papéis, revistas, colas, tintas, tesoura, estilete, régua e demais materiais artísticos para recortes e colagens. Estou permitindo a criatividade fluir e a imaginação transbordar nos processos criativos. Criei uma série de marcadores de livros utilizando diferentes técnicas de artes.
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Marcadores de livros feitos com materiais reutilizáveis. |
Aprendi a fazer desenhos utilizando a caneta do tablet da Samsung. Ele vem com um aplicativo de desenhos chamado Penup e dispõe de vários recursos e materiais para pintura. Tenho esse tablet há anos e nunca havia prestado atenção nessa ferramenta. É uma delícia me aventurar pelos desenhos. Não sei fazer nada elaborado, tenho um traço bem infantil, mas gosto dos resultados.
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Cacto sorridente. Desenho feito no tablet. |
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Contemplando a chuva. Desenho feito no tablet. |
Enfim, estas são pequenas amostras das minhas produções. Tenho me permitido aventurar por diversos caminhos que os trabalhos manuais e artísticos podem me transportar. A arte liberta a mente dos pensamentos incessantes, além de ser um processo extremamente saudável.