segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Rio: Cidade De Muitos Contrastes

Vista do Botafogo Praia Shopping - Janeiro de 2020

Semana passada precisei ir ao Rio para resolver algumas pendências, exames, consultas médicas. A última vez que estive na cidade foi em janeiro, pelos mesmos motivos. Tenho feito alguns acompanhamentos após a cirurgia realizada em outubro do ano passado.

Estava com saudade de andar pelas ruas, ir aos lugares costumeiros, saudade da rotina antiga que me acompanhou por tantos anos. 

Mas uma questão que me chamou muito a atenção foi perceber a quantidade de pessoas morando nas ruas. Passei por diversos bairros e a situação se repetia da mesma forma, independente do lugar. Famílias inteiras acomodadas embaixo de marquises, idosos, bebês, crianças, adultos, jovens, homens, mulheres, adolescentes... Imagens de cortar o coração. 

Uma realidade dura e cruel ver tantas famílias passando por essa situação. Ninguém escolhe viver na rua e passar fome, passar necessidades básicas como um lugar para dormir, se higienizar, se proteger da chuva e do frio. 

Sempre houve pessoas em situação de rua, mas o que ressalto é como a quantidade de pessoas necessitadas aumentou pós pandemia. 

Copacabana é um mar de pessoas necessitadas. Penso que muitas perderam seus empregos e não tiveram condições de bancar um aluguel e foram despejadas de suas casas. É uma situação sofrida demais! 

Estive na Carioca, na região do Centro e a realidade é a mesma. Muitas crianças pedindo ajuda para comprar alimentos, ajuda para comprar doces para vender no sinal. Aí a gente colabora da forma que é possível, né? 

Conversei com um garotinho de uns 9 anos que pedia em frente a uma loja de doces. Ele desejava vender os doces para levar dinheiro para casa. Estava acompanhado por um outro menino de idade próxima a dele. Falei com ele para se cuidar, vender os doces e não fazer nada errado que pudesse prejudicá-lo de alguma forma. Sei que muitas dessas crianças sofrem horrores vivendo nas ruas, sem acesso à uma educação adequada que possa orientá-las a ter uma vida melhor. 

Me sinto impotente perante situações como essas. São muitas pessoas vivendo em condições sub-humanas, de sofrimentos diversos, de privação de uma vida digna.

Um contraste social que vem se banalizando a cada dia que passa, situações que se tornam costumeiras aos olhos de quem vê diariamente as mesmas cenas pelas ruas. Um cotidiano que se transforma em violência pelas cidades, principalmente nas grandes cidades como o Rio. A necessidade leva ao roubo, à agressão, não que a violência possa ser justificada por tais questões, mas sabemos que leva à situações extremas.

Não sinto que seja possível para mim ficar imune à necessidade alheia. Sinto um incômodo gigantesco e sei que minhas condições são limitadas, mas sempre que possível eu colaboro de alguma forma. Sei que não é uma atitude que vá resolver o problema da outra pessoa de forma definitiva, mas ao menos ameniza por algum instante. É como colocar um curativo em um ferimento que precisa de pontos... 

Estava angustiada com esses pensamentos a respeito da minha sensação de presenciar a atual situação calamitosa que se encontra o Rio. Ainda não tinha visto tantas pessoas morando na rua em grupos tão grandes. Fiquei refletindo sobre essa questão e precisei colocar para fora de alguma forma.

Sei que minha escrita não vai ajudar as pessoas que precisam de auxílio nesse momento. Mas uma pequena atitude de doar um alimento, um agasalho, um calçado, já alivia um pouco a dor de quem está necessitado. 

Rio, quantos contrastes são possíveis perceber em um mesmo lugar? Vejo a cidade (que antes maravilhosa) abafar suas dores e mazelas sob um rótulo que não lhe veste mais tão bem. Desejo que ela volte a ser um lar para tantas pessoas que escolheram (ou não) viver suas vidas embaladas pela sua atmosfera encantadora.

Fui uma dessas pessoas fisgadas pela sua aura que me encantou anos atrás quando escolhi viver por lá. E espero também voltar em breve. 

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Solitude - Ano I


Hoje o Solitude está completando um ano de existência. No dia 24 de agosto de 2020 (há 6 meses em pandemia) decidi começar a escrever aqui como uma forma de elaborar meus pensamentos excessivos, minhas pequenas felicidades, minhas angústias e acima de tudo, um espaço dedicado à minha solitude, ao encontro de mim mesma. 

Não sou assídua e nem tenho pretensão de ser criadora de conteúdo e influenciar pessoas, apesar de que estou inevitavelmente produzindo conteúdo por ter um blog ativo. Meu único desejo é manter o blog como um lugar para organizar meus pensamentos e exercitar a escrita quando esta sentir a necessidade de se manifestar. 

Esses doze meses no ar soam para mim como uma pequena vitória, pois meus blogs anteriores não resistiram ao tempo. A experiência da escrita tem sido muito gratificante. Poder exercitar a escrita livre, sem amarras, exigências, regras ou expectativas revela um novo hobby, um momento especial que tenho curtido desfrutar. 

Desenho à mão feito no tablet com auxílio da S Pen.
Colei alguns adesivos disponíveis no editor de imagens.

As interações que têm ocorrido são muito saudáveis e satisfatórias. Depois de utilizar as outras redes sociais, vinha me sentindo muito incomodada com a dinâmica proporcionada por elas. Não gosto de "likes", gosto de interagir sentindo que estou sendo verdadeira com a pessoa que está do outro lado da tela, que na maioria das vezes sequer conheço pessoalmente, mas me interesso em ler e conhecer um pouco do seu universo. "Likes" mentem e são superficiais... 

Agradeço a cada um que passa por aqui e deixa um pouco do seu tempo em forma de comentários. Nosso tempo é um bem precioso e reconhecer a dedicação do outro em oferecer um pouquinho do seu tempo para interagir conosco é um ato de carinho! 

Obrigada por partilhar esse tempo comigo! ♡