segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Retomando a Rotina de Estudos


Depois de mais de um mês de "férias" da faculdade, retomamos as aulas na Uerj no dia dois de agosto. E agora chegamos ao primeiro semestre de 2021 e o planejamento é concluí-lo em novembro.

É uma loucura pensar que este será o terceiro Período Acadêmico Emergencial (PAE). Já estamos a três períodos estudando de modo remoto. 

Não posso dizer que me adaptei a esse modo de estudo, mas tive que dançar conforme a música. Não é o melhor dos mundos, mas é o que pode ser feito devido às circunstâncias. 

Na minha perspectiva, nada substitui a presença física, a troca entre professor e aluno, o olho no olho, as diversas linguagens: verbal, visual, corporal. Infelizmente a tela limita tudo isso.

Quanto a plataforma utilizada para as aulas consegui me ambientar e compreendo perfeitamente os recursos e ferramentas. Como fiz muitas disciplinas nos períodos anteriores tenho um bom repertório de salas e métodos de trabalho dos professores. A forma como cada um conduziu suas disciplinas, o que foi positivo e o que não funcionou adequadamente. Enfim, há professores e Professores. Cada um com seu jeito próprio de lidar com suas turmas e ministrar suas aulas. Têm aqueles que são mais acolhedores e se preocupam em planejar excelentes aulas, enquanto têm outros que não estão muito preocupados com a forma como vai apresentar suas disciplinas. 

Talvez pelo fato de eu ser Professora (há bastante tempo) eu tenha essa característica de observar os detalhes, as didáticas de cada um, o modo de se relacionar com as turmas. Sei que a experiência e o tempo me fizeram ser assim. 

Esse período acadêmico será mais tranquilo para mim. Peguei poucas disciplinas (apenas cinco dessa vez) e terei tempo de estudar com calma. Apesar de que ainda continuo desempregada e passo todo o meu tempo em casa.

Estou quase concluindo o curso, falta agora muito pouco a ser feito. Tentando recuperar o tempo, pois precisei trancar alguns períodos e só consegui retornar depois de realizar algumas coisas pessoais que estavam pendentes. 

Não estou cem por cento empolgada esse semestre. Tenho me sentido muito preocupada nos últimos meses e essa preocupação exacerbada tem mexido muito com meu estado emocional, afetando meu sono, minha alimentação, minha qualidade de vida.

Tenho plena consciência de que  preocupação em nada ajuda, pelo contrário, só faz mal. Mas nem sempre consigo controlar os excessos. Tudo isso na prática é desafiador!

Mas agora com a retomada da rotina de estudos me sinto menos perdida com o tempo e meus dias passam com mais foco e objetividade. A rotina tem sua própria beleza, ela organiza determinados aspectos da vida. E isso me ajuda a me sentir um pouco melhor. 

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Cabeça Borbulhante

Tenho uma cabeça borbulhante! Pelo menos nos últimos meses tenho percebido isso. Uma cabeça que borbulha pensamentos incessantes. 

Eu penso, penso e penso... O tempo todo, o dia inteiro. Tenho a sensação de que minha cabeça borbulhante não dá uma pausa nem no momento de dormir. Aí os pensamentos na verdade são os sonhos. Sonho muito! Tenho sonhos atropelados.

Minha cabeça borbulhante pensa a todo instante (fiz até uma rima, não foi intencional). Sou uma pessoa que pensa muito e fala pouco. Desde sempre fui assim. A minha boca não acompanha a velocidade dos meus pensamentos. 

Pensando sobre isso, hoje durante o meu almoço sentei em frente da TV e sintonizei um canal (acho que foi no Canal Brasil) que estava passando um show do Ney Matogrosso. Era uma homenagem pelos seus 80 anos. Gosto muito do Ney Matogrosso, acho um artista excepcional e carismático. E como assim?! Ele fez 80 anos no dia 01 de Agosto?! 

Mas então, aí comecei a assistir ao show enquanto almoçava, mas já estava quase no final. Ele cantou uma música que gosto muito que se chama "Fala" e que começa assim:

"Eu não sei dizer nada por dizer,
Então eu escuto
Se você disser tudo o que quiser,
Então eu escuto"

Sou essa pessoa que não sabe dizer nada por dizer, na maioria das vezes falo quando sinto que tenho algo que importa ser dito. Pode soar estranho, mas jogar conversa fora pelos simples fato de jogar conversa fora não me é muito atrativo. 

Fica muito evidente quando estou falando ao telefone. Detesto falar ao telefone quando não é algo que seja importante para ser resolvido. O mesmo acontece nos aplicativos de mensagem. Se eu não tenho algo que considero importante para ser tratado não consigo ficar de trêlêlê. Acho desgastante. Me considero uma pessoa objetiva nesse sentido.

Mas quando se trata de pensar, aí é comigo! A cabeça borbulhante fica 24 horas on-line, sinto dificuldades em pausar os pensamentos. Meditar para mim é desafiador por conta dessa característica. Adapto a meditação com frases afirmativas que me ajudam a concentrar em um ponto mental fixo. 

Internamente é como se eu tivesse uma outra eu com quem eu falo em pensamentos. Ou, às vezes é como se tivesse um narrador mental ao fundo. Elaboro listas, organizo o dia, o que vou fazer em cada momento, repasso milhões de vezes o que eu deveria ter dito para determinada pessoa em alguma situação desagradável, é um diálogo interno infinito! 

Não sei se isso é bom ou ruim, mas é como tenho sido ou me percebido nos últimos meses. Aceito minhas singularidades e busco conviver com harmonia comigo, apesar de que pensar o tempo todo gera um imenso desgaste mental. Sei que a situação atual tem colaborado para que me sinta dessa forma, as poucas interações sociais físicas, o tempo que tenho passado só onde estou residindo atualmente, os contatos (em sua maioria) são virtuais.

Penso inúmeras vezes sobre o que desejo escrever aqui ou no meu caderno físico, elaboro textos inteiros mentalmente que em poucos segundos de desfazem como fumaça no ar. Planejar a escrita não funciona para mim. A escrita aqui é ocasional, não é elaborada nem planejada com antecedência. Todos os textos mentais ficam apenas na esfera da mente, nunca se materializam. Eu nem daria conta de transpô-los para o "papel". 

Meu processo de escrita é: bateu vontade de escrever - venho para o computador e deixo a escrita fluir. Penso em alguma fotografia ou desenho feito por mim que esteja em meu acervo e que acredito que faça algum sentido com a escrita e utilizo para ilustrar. Releio para corrigir possíveis erros e posto satisfeita por ter conseguido colocar alguns pensamentos para fora de mim.  

A sensação é de alívio, como esvaziar um pouco uma bola de soprar que está nitidamente no seu limite, prestes a estourar.

Fiz essa imagem para uma trabalho de conclusão de um
curso de fotografia que realizei em 2013.