terça-feira, 29 de junho de 2021

Um Dia Frio


E tantos livros para ler nesse dia frio, mas nem tive vontade de pegar nenhum deles, nem ao menos para folhear. Procrastinei muito nos últimos dias desse mês que já está no final. Mas passou tão rápido o mês de Junho que não me dei conta. 

É inverno e está frio em Cabo Frio. Ainda estou aqui nessa cidade da ventania. Os ventos aumentaram, tem dias que eu me assusto com a força e a fúria do vento nas árvores. O pé de flamboyant plantado na calçada em frente da casa balança os galhos e deixa suas vagens enormes caídas pelo gramado.

Ensaiei fazer algumas coisas nos últimos dias, mas nem consegui. Fui tomada por um desânimo colossal que se abateu sobre mim. Quando não me sinto bem tenho a tendência de me fechar, uma verdadeira ostra. Eu fico em permanente diálogo interno, a cabeça tagarela o dia inteiro num monólogo chato e infinito! Mas quem vê por fora nem imagina o que se passa. 

Aprendi a fazer uns exercícios de respiração para dar uma acalmada quando a coisa aperta. Respirar com intencionalidade ajuda a relaxar a mente barulhenta. Isso é bem curioso! Leio e estudo bastante sobre autoconhecimento, mas é tão difícil colocar algumas coisas em prática. Na teoria é tudo tão lindo, mas é um aprendizado árduo! Quando me dou conta estou com meus comportamentos de sempre, na mesma autossabotagem já conhecida.

Estou aqui para aprender algumas coisas, não vejo outra razão para ser. Então é manter o foco e seguir adiante apesar dos tropeços pelo caminho.

Quero me vacinar, ainda não me vacinei. Perdi a oportunidade da vacinação para os profissionais da educação, pois estou fora do mercado e precisava comprovar com um contracheque atualizado. Agora aguardo a data por idade. Sei que está próxima e estou me sentindo ansiosa e animada.

Sinto falta da minha vida, das minhas coisas, dos meus dias atribulados, das viagens, dos passeios, da minha família, das crianças, das amigas do trabalho, do salário na conta no final do mês... A vida estacionou numa vaga ruim e o flanelinha nem esperou para vir perturbar o meu juízo.

Está chovendo forte. Está tarde. E a noite está fria. 

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Cotidiano

Cotidiano é o título de uma canção de Chico Buarque que não saiu da minha mente hoje, desde o momento que me levantei da cama pela manhã. A frase inicial da música é que não sai da minha mente, na verdade:

"Todo dia ela faz tudo sempre igual..."

Sim, todos os dias ela faz tudo sempre igual. E nesse ritmo ela piscou e se deu conta de que não conseguiu fazer uma pausa do cotidiano para vir aqui no blog dar uma espairecida nas ideias.

Espairecer as ideias escrevendo é uma terapia necessária para mim. Mas posso dizer que não passei um dia sequer sem escrever durante o período desde a minha última escrita aqui. 

Escrevi e muito! Mas não esse tipo de escrita em que você senta e deixa a mente fluir, como estou fazendo agora, sem roteiro e sem destino. 

Esse semestre na Uerj estava com minha autoconfiança muito em alta e então impulsivamente eu resolvi puxar dez disciplinas logo de vez. E vou dizer, na prática foi bem insano da minha parte.

Não foi tranquilo e nem suave. Puxei cinco obrigatórias e cinco eletivas para tentar dar uma equilibrada, mas o volume de estudos foi bem grande. 

As aulas tiveram início no dia vinte e dois de fevereiro e vão encerrar na próxima semana. Ainda estamos cursando o semestre 2020.2, teremos um recesso curto e iniciaremos 2021.1 acredito que entre o final de junho ou início de julho.

Então no decorrer desses últimos dias fiquei absolutamente imersa nos estudos, para conseguir dar conta das demandas, das leituras, dos trabalhos, das escritas. Foi bastante proveitoso, mas não deixou de ser cansativo, quero dizer muito cansativo! 

Muito tempo em frente ao computador me causa um cansaço mental extremo, mas agora consigo respirar aliviada por ter conseguido dar conta do que me propus. É gratificante! 

Sei que inconscientemente tenho motivos pelos quais precisei preencher o meu tempo dessa forma. Preciso me sentir útil, pois é muito estranho estar "desocupada" e minha mente me julga muito quando dou ouvidos para ela. Então se eu preencho os espaços de tempo com muito estudo e muita leitura, minha mente não tem brecha para me julgar por eu estar desempregada.

Enfim, sei que são caraminholas da minha cabeça toda essa questão de autojulgamento. Mas, quem nunca, né?

Estou me sentindo aliviada por ter conseguido me permitir uma pequena pausa para vir aqui escrever de forma livre, sem exigências de normas técnicas, sem necessidade de limitar número de palavras, caracteres, páginas, sem ter que fazer correlações entre autores e tudo o mais que uma escrita acadêmica exige do estudante. 

Ufa! Que alívio! 

Chico, não é todo dia ela precisa fazer tudo sempre igual. Ela pode dar uma pausa às vezes e se permitir mudar o cotidiano.